sábado, 29 de janeiro de 2011

Santo e um homem normal

Santo e um homem normal
Aura Miguel RR on-line 28-01-2011 10:12

“O mundo precisa muito da santidade de João Paulo II”. Terá sido este o comentário de Bento XVI ao anunciar ao actual arcebispo de Cracóvia a beatificação do Papa polaco.
Quem o conheceu garante isso mesmo: Wojtyla era um homem fora de série! Mas era assim, porque era um homem normal!...
Wojtyla foi um brilhante actor de teatro, foi operário fabril, praticou desporto, tinha imenso sentido de humor e, ao mesmo tempo, era profundo, corajoso e grande devoto de Nossa Senhora.
Sabia muito bem aquilo o que queria, arriscou tudo ao enfrentar os regimes totalitários e, sobretudo, ao pedir ao mundo para abrir as portas a Cristo. Mas fê-lo com uma tão grande humanidade que tudo nele parecia normal, evidente… Como se fosse fácil ser assim como ele, santo!
A afluência de multidão que já se prevê para o próximo dia 1 de Maio em Roma é a prova disto mesmo: que todos queremos, afinal, em nós, uma centelha desta humanidade tão atractiva que fez dele um grande Santo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Deus é meu Pai!




Deus é meu Pai.
Estas são simples palavras são a proclamação da mais importante profecia que diz respeito ao homem e a resposta de todas as interrogações feitas sobre o mistério da vida, manifestada sobre este pequeno planeta chamado Terra.
Tal profecia paira sobre toda a criação, responde a todas as questões, sacia toda a sede, satisfaz toda a esperança, justifica toda a expectativa, ilumina a escuridão: diz-nos quem é o homem.
Quem acredita nela, está na luz, quem não acredita, permanece nas trevas.
Quem espera nela, vive na alegria, quem não espera, vive na angústia.
Quem a ama, está na vida, quem não a ama, encontra-se na sombra da morte.
Que significado pode ter a vida do homem sobre a terra, se essa vida não desembocar na vida eterna de Deus?
Que significado pode ter a paternidade do homem, se o seu destino for o nada?
Será que a lógica da vida tem o seu desfecho na morte?
Será que a alegria da luz deixa cair o seu pano sobre as trevas eternas?
Será que o fogo do amor se extinguirá no abraço do gelo infinito do limite?
Não!
O coração do pobre sentiu-o desde sempre, e na profecia da paternidade de Deus – tão bem expressa por São Paulo, na carta aos Efésios: «Ele nos predestinou para sermos seus filhos adoptivos» - colocou toda a sua força de viver e toda a sua coragem para esperar.
Em todos os quadrantes…
Em todos os tempos…
Sim, quando o homem apareceu na terra, foi logo «chamado» e, no seu ser profundo, aprendeu gradualmente a encontrar a sua vocação de filho.
Com razão dirá Tertuliano que o homem nasceu «naturalmente cristão» e, portanto, predisposto e preparado para escutar a mensagem de Cristo.
E a mensagem de Cristo é precisamente esta: «Deus é meu Pai – Deus é teu Pai, ó homem!».
Jesus não fez mais do que dar testemunho de uma realidade já actuante, com a autoridade «de quem vem do Alto, de quem sabe», proclamando um absoluto já decretado pelo amor do Pai, e revelando um mistério escondido desde sempre em Deus.
Mas esse absoluto já se encontrava no coração do homem, e esse mistério sobre a sua raiz.
Decifrei-o sob a linha lógica das esperanças dos pobres e dos últimos.
Apercebi-me dele na paciência e na forma de viver o silêncio dos indianos, nas margens do Ganges.
Vi-o nos olhos cheios de confiança do homem do deserto, quando, com o seu Inchahalla, dá testemunho da sua esperança no amanhã tão incerto, de criatura débil. Sim, o homem intuiu o seu destino, embora de forma confusa, e encontrou nele a coragem para viver e a força para esperar.
Porque, se Deus é meu Pai, vale a pena viver.
Porque eu sei esperar, se é Ele que vem ao meu encontro.
Sim, se Deus é meu Pai, posso estar tranquilo e viver em paz: tenho garantida a vida e a morte, o tempo e a eternidade.

† CARLO CARRETTO

Mensagem nova Meditação

Mensagem nova Meditação -

«Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma linguagem »1 Cor 1, 10

«Que faleis todos a mesma linguagem»
é o que pede S. Paulo aos cristãos de Corinto
ao saber que havia sementes de discórdia entre eles.

A preocupação do Apóstolo com as divisões entre os seus
leva-o mesmo a implorar que «permaneçam bem unidos»
no «pensar e no agir».

Esta unidade entre os cristãos
foi um desejo do próprio Jesus:
«Que todos sejam um, como Tu, Pai estás em Mim e Eu em Ti»
«...a fim de que o mundo acredite que Me enviaste».

Deus habita a nossa unidade e é a sua Presença
que a torna operativa e eficaz.
Quem embate nesta certeza que nos une
não fica indiferente e, como nos primeiros tempos,
poderá dizer: «vede como eles se amam»!

É esta atractividade que suscita no coração do homem
o desejo de querer para si o mesmo que nos foi dado.

Se trago comigo a Graça de ser parte deste Povo
sou chamado em cada dia a dela ser sinal
para que outros vejam... e venham.


por Rui Corrêa d'Oliveira, em Oração da Manhã, Rádio Renascença, todos os dias um nadinha antes das 8 horas

sábado, 22 de janeiro de 2011

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O DIA MUNDIAL DO DOENTE 2011

«Pelas suas chagas fostes curados» (1 Pd 2, 24).

Queridos Irmãos e Irmãs!

Todos os anos, na memória da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes, que se celebra a 11 de Fevereiro, a Igreja propõe o Dia Mundial do Doente. Esta circunstância, como quis o venerável João Paulo ii, torna-se ocasião propícia para reflectir sobre o mistério do sofrimento e, sobretudo, para tornar as nossas comunidades e a sociedade civil mais sensíveis aos irmãos e irmãs doentes. Se todos os homens são nossos irmãos, aquele que é débil, sofredor ou necessitado de cuidado deve estar mais no centro da nossa atenção, para que nenhum deles se sinta esquecido ou marginalizado; com efeito «a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isto vale tanto para o indivíduo como para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a com-paixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido mesmo interiormente é uma sociedade cruel e desumana» (Carta enc. Spe salvi, 38). As iniciativas que serão promovidas nas diversas Dioceses, por ocasião deste Dia, sirvam de estímulo para tornar cada vez mais eficaz o cuidado para com os sofredores, também na perspectiva da celebração de modo solene, que terá lugar em 2013, no Santuário mariano de Altötting, na Alemanha.

1. Tenho ainda no coração o momento em que, durante a visita pastoral a Turim, pude deter-me em reflexão e oração diante do Santo Sudário, diante daquele rosto sofredor, que nos convida a meditar sobre Aquele que carregou sobre si a paixão do homem de todos os tempos e lugares, inclusive os nossos sofrimentos, as nossas dificuldades e os nossos pecados. Quantos fiéis, no curso da história, passaram diante daquele tecido sepulcral, que envolveu o corpo de um homem crucificado, que corresponde em tudo ao que os Evangelhos nos transmitem sobre a paixão e a morte de Jesus! Contemplá-lo é um convite a reflectir sobre quanto escreve São Pedro: «Pelas suas chagas fostes curados» (1 Pd 2, 24). O Filho de Deus sofreu, morreu, mas ressuscitou, e exactamente por isso aquelas chagas tornam-se o sinal da nossa redenção, do perdão e da reconciliação com o Pai; tornam-se, contudo, também um banco de prova para a fé dos discípulos e para a nossa fé: todas as vezes que o Senhor fala da sua paixão e morte, eles não compreendem, rejeitam, opõem-se. Para eles, como para nós, o sofrimento permanece sempre carregado de mistério, difícil de aceitar e suportar. Os dois discípulos de Emaús caminham tristes, devido aos acontecimentos daqueles dias em Jerusalém, e só quando o Ressuscitado percorre a estrada com eles, se abrem a uma visão nova (cf. Lc 24, 13-31). Também o apóstolo Tomé mostra a dificuldade em crer na via da paixão redentora: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25). Mas diante de Cristo que mostra as suas chagas, a sua resposta transforma-se numa comovedora profissão de fé: «Meu Senhor e meu Deus» (Jo 20, 28). O que antes era um obstáculo intransponível, porque sinal da aparente falência de Jesus, torna-se, no encontro com o Ressuscitado, a prova de um amor vitorioso: «Somente um Deus que nos ama a ponto de carregar sobre si as nossas feridas e a nossa dor, sobretudo a dor inocente, é digno de fé» (Mensagem Urbi et Orbi, Páscoa de 2007).

2. Queridos doentes e sofredores, é justamente através das chagas de Cristo que podemos ver, com olhos de esperança, todos os males que afligem a humanidade. Ressuscitando, o Senhor não tirou o sofrimento e o mal do mundo, mas extirpou-os pela raiz. À prepotência do Mal opôs a omnipotência do seu Amor. Indicou-nos então, que o caminho da paz e da alegria é o Amor: «Como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros» (Jo 13, 34). Cristo, vencedor da morte, está vivo no meio de nós E enquanto com São Tomé dizemos também: «Meu Senhor e meu Deus», seguimos o nosso Mestre na disponibilidade a prodigalizar a vida pelos nossos irmãos (cf. 1 Jo 3, 16), tornando-nos mensageiros de uma alegria que não teme a dor, a alegria da Ressurreição.

São Bernardo afirma: «Deus não pode padecer, mas pode compadecer». Deus, a Verdade e o Amor em pessoa, quis sofrer por nós e connosco; fez-se homem para poder com-padecer com o homem, de modo real, em carne e sangue. Em cada sofrimento humano, portanto, entrou Aquele que partilha o sofrimento e a suportação; em cada sofrimento difunde-se a con-solatio, a consolação do amor partícipe de Deus para fazer surgir a estrela da esperança (cf. Carta enc. Spe salvi, 39).

A vós, queridos irmãos e irmãs, repito esta mensagem, para que sejais suas testemunhas através do vosso sofrimento, da vossa vida e da vossa fé.

3. Considerando o encontro de Madrid, no mês de Agosto de 2011, para a Jornada Mundial da Juventude, gostaria de dirigir também um pensamento especial aos jovens, especialmente aos que vivem a experiência da doença. Com frequência a Paixão e a Cruz de Jesus causam medo, porque parecem ser a negação da vida. Na realidade, é exactamente o contrário! A Cruz é o «sim» de Deus ao homem, a expressão mais elevada e intensa do seu amor e a fonte da qual brota a vida eterna. Do Coração trespassado de Jesus brotou esta vida divina. Só Ele é capaz de libertar o mundo do mal e de fazer crescer o seu Reino de justiça, de paz e de amor ao qual todos aspiramos (cf. Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude de 2011, 3). Queridos jovens, aprendei a «ver» e a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde Ele está presente de modo real para nós, até se fazer alimento para o caminho, mas sabei reconhecê-lo e servi-lo também nos pobres, nos doentes, nos irmãos sofredores e em dificuldade, que precisam da vossa ajuda (cf. ibid., 4).

A todos vós jovens, doentes e sadios, repito o convite a criar pontes de amor e solidariedade, para que ninguém se sinta sozinho, mas próximo de Deus e parte da grande família dos seus filhos (cf. Audiência geral, 15 de Novembro de 2006).

4. Ao comtemplar as chagas de Jesus o nosso olhar dirige-se ao seu Sacratíssimo Coração, no qual se manifesta em sumo grau o amor de Deus. O Sagrado Coração é Cristo crucificado, com o lado aberto pela lança, do qual brotam sangue e água (cf. Jo 19, 34), «símbolo dos sacramentos da Igreja, para que todos os homens, atraídos pelo Coração do Salvador, bebam com alegria na fonte perene da salvação» (Missal Romano, Prefácio da Solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus). Especialmente vós, queridos doentes, sentis a proximidade deste Coração cheio de amor e bebeis com fé e alegria de tal fonte, rezando: «Água do lado de Cristo, lava-me. Paixão de Cristo, fortalece-me. Oh, bom Jesus, ouve-me. Nas tuas chagas, esconde-me» (Oração de Santo Inácio de Loyola).

5. Na conclusão desta minha Mensagem para o próximo Dia Mundial do Doente, desejo exprimir o meu afecto a todos e a cada um, sentindo-me partícipe dos sofrimentos e das esperanças que viveis quotidianamente em união com Cristo crucificado e ressuscitado, para que vos conceda a paz e a cura do coração. Juntamente com Ele ao vosso lado vigie a Virgem Maria, que invocamos com confiança como Saúde dos enfermos e Consoladora dos sofredores. Aos pés da Cruz realiza-se para Ela a profecia de Simeão: o seu Coração de Mãe é trespassado (cf. Lc 2, 35). Do abismo da sua dor, participação no sofrimento do Filho, Maria tornou-se capaz de assumir a nova missão: tornar-se a Mãe de Cristo nos seus membros. Na hora da Cruz, Jesus apresenta-lhe cada um dos seus discípulos, dizendo-lhe: «Eis o teu filho» (cf. Jo 19, 26-27). A compaixão materna para com o Filho torna-se compaixão materna para cada um de nós nos nossos sofrimentos quotidianos (cf. Homilia em Lourdes, 15 de Setembro de 2008).

Queridos irmãos e irmãs, neste Dia Mundial do Doente, exorto também as Autoridades a fim de que invistam cada vez mais energias em estruturas médicas que sirvam de ajuda e apoio aos sofredores, sobretudo aos mais pobres e necessitados e, dirigindo o meu pensamento a todas as Dioceses, transmito uma saudação afectuosa aos Bispos, aos sacerdotes, às pessoas consagradas, aos seminaristas, aos agentes no campo da saúde, aos voluntários e a todos os que se dedicam com amor a cuidar e aliviar as chagas de cada irmão e irmã doente, nos hospitais ou casas de cura, nas famílias: nos rostos dos doentes sabei ver sempre o Rosto dos rostos: o de Cristo.

A todos garanto a minha recordação na oração, enquanto concedo a cada um a especial Bênção Apostólica.

Vaticano, 21 de Novembro de 2010.


BENEDICTUS PP. XVI

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Este exemplo é um desafio para todos


João Paulo II e Bento XVI fazem história: Em 10 séculos nenhum Papa beatificou o seu predecessor
A beatificação do servo de Deus João Paulo II que o Papa Bento XVI presidirá no próximo dia 1 de Maio será histórica porque nos últimos dez séculos nenhum pontífice tinha elevado aos altares a seu predecessor imediato.

O Director do jornal do Vaticano L'Osservatore Romano (LOR), Giovanni Maria Vian, assinala na edição de 16 de Janeiro que "é necessário voltar até o coração da idade Média para encontrar uma situação análoga, mas em contexto não se pode comparar com a decisão de Bento XVI: nos últimos dez séculos nenhum Papa elevou às honras dos altares a seu imediato predecessor".

Vian explica que "Pietro del Morrone (Celestino V) foi canonizado em 1313 - menos de vinte anos após a sua morte - pelo seu terceiro sucessor, e mais de dois séculos antes havia sido reconhecida a santidade de Leão IX e de Gregório VI, falecidos em 1054 e 1085 respectivamente".

Depois de recordar que o último Papa canonizado foi São Pio X, o director do LOR recorda que o fundamental em toda causa de beatificação e canonização "é exclusivamente a exemplaridade de vida de quem, com expressão nas sagradas escritutras, está definido para o serviço de Deus".

Como disse Paulo VI ao anunciar a abertura da causa de seus dois predecessores imediatos, João XXIII e Pio XII, isto assegura que se mantenha "o património de sua herança espiritual" à margem de "qualquer outro motivo, que não seja o culto da verdadeira santidade, quer dizer, a glória de Deus e a edificação de sua Igreja".

"E um autêntico servidor de Deus foi Karol Wojtyla, apaixonado testemunho de Cristo para a juventude até o último suspiro. Disto, muitíssimos, inclusive não-católicos e não-cristãos, puderam perceber durante sua vida exemplar".

Por tudo isto e muito mais, conclui Vian, Bento XVI decidiu presidir a beatificação do Papa peregrino "para apresentar ao mundo o modelo de santidade pessoal de João Paulo II".

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Crescer na Esperança e Solidariedade

MEDITAÇÃO - O MUNDO A NOSSA VOLTA
por António Valério, sj

O início de um novo ano civil é sempre uma oportunidade de fazer uma revisão da nossa vida e fazer o ponto da situação dos nossos desejos e oportunidades para o ano que está a começar. Um novo ano é sempre um tempo de energia e motivação, uma espécie de “agora é que vai ser” ou “chegou a altura de…”.

Porém, um olhar mais atento ao ano que começa leva-nos a colocar algumas questões que, por muito que queiramos, não podemos evitar. Vivemos um tempo em que a palavra do dia é a crise. E temos a certeza que este ano que começa será um ano em que não deixaremos de sentir os seus efeitos. Cresce o desemprego, sobem os impostos, os preços de bens essenciais e dos combustíveis. Percebemos a instabilidade que nos pode trazer e àqueles que conhecemos, para além do sentimento de insegurança, desencanto, sensação de que o país vai de mal a pior, etc. É fácil que a desmotivação e a crítica sejam um dos temas principais das nossas conversas de café.

Se, por um lado, é importante ter consciência de que não estamos a viver tempos fáceis, por outro, somos desafiados a tentar criar, desde nós mesmos, um modo diferente de nos colocarmos perante a vida e os seus desafios: a capacidade de olhar uma crise como oportunidade de desenvolver o que está ao nosso alcance, de aprender com a experiência, de ser mais atento às consequências do que fazemos quando não pensamos muito nos seus efeitos. A crise acaba por se instalar devido aos pequenos consentimentos que todos vamos fazendo às injustiças e desequilíbrios já estabelecidos, sem tomar uma opção clara por algo que seja contra-corrente.

Este ano poderia ser uma oportunidade de sermos mais nós mesmos, de vivermos de forma mais simples, despojada, sem grandes preocupações em ter tudo, mas muito mais centrados em ser mais, em estar de forma mais inteira. Um ano de crise abre certamente portas ainda maiores a desequilíbrios sociais, a situações de insegurança e injustiça. Poderá ser também uma oportunidade de crescer, como cristãos, na questão da solidariedade, que nasce do facto de todos os seres humanos terem a mesma dignidade de filhos de Deus. Poderá ser um ano de compromisso, naquilo que é possível, para colaborar em algo que ajude a quem passa por dificuldades e vive mesmo ao lado da nossa casa. Sobretudo, poderá ser um ano para agradecer os mínimos detalhes e dons de cada dia, não fazer tantas contas de dinheiro mas muito mais contas de relações positivas, simples e abertas a quem precisa de atitudes de esperança e compromisso.

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Secretariado Nacional do Apostolado da

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tema da Reunião de Janeiro :a Espiritualidade do Apostolado Da Oração



A Espiritualidade do Apostolado da Oração

Os quatro pilares

O Apostolado da Oração é um serviço à Igreja e à Humanidade, procurando que todos rezem por todos, fazendo, assim, uma grande «Família de Orantes». Milhões de pessoas, no mundo, espalhadas por quase todos os países, oferecem suas vidas, cada dia, para colaborar na salvação e na obra da redenção. São quatro os pilares principais da espiritualidade desta Obra.

1. Vida oferecida com Cristo em Eucaristia

Todos procuram oferecer, cada dia, sua vida, através da Oração do Oferecimento, com Jesus Cristo, no acto supremo da sua entrega e do seu amor que é a Eucaristia. São como que «hóstias vivas», como afirma S. Paulo (Rom 12, 1), oferecidas com Cristo: trabalho, oração, sofrimentos, alegria, a vida toda inteira, oferecida no altar com Jesus, para que o mundo tenha vida e a tenha em abundância (Jo 10, 10). Inseridos na Eucaristia, todos se tornam membros activos do projecto da salvação e suas vidas são dom e graça para o mundo e para a Igreja. Verdadeiros e activos colaboradores, fazendo de suas vidas uma oferta eucarística, com Jesus Cristo.

2. A arte de orar

Rezar pelos outros já é um apostolado. E desta oração nascem obras de misericórdia, obras apostólicas, obras missionárias. O Apostolado da Oração empenha-se em ajudar as pessoas, as famílias, as comunidades paroquiais a rezarem mais e melhor. Intensificar a oração, pessoal e comunitária, oração eucarística ou mariana, oração de louvor ou de meditação da Palavra, oração de súplica ou de acção de graças, etc. Cursos de Oração, encontros de oração, métodos e modos de rezar, de levar as pessoas a rezar. O Apostolado da Oração deve tornar-se, cada vez mais, um promotor da oração, e seus zeladores e associados, homens e mulheres, apóstolos da oração e pela oração.

3. Em Igreja, em comunhão com o Papa

Outra dimensão importante do Apostolado da Oração é estar centrado no coração da Igreja em comunhão com o Papa, rezando, cada mês, pelas Intenções que o Papa escolhe e propõe. Deste modo, os membros do Apostolado da Oração situam-se no coração do Papa, num profundo «sentir com a Igreja», para rezar unidos a ele. São milhões de pessoas em todo o mundo que cada mês tomam essa intenção do Papa e rezam com ele. Daí a força da oração, a graça da oração no coração da Igreja, onde milhões de pessoas juntam suas preces, como verdadeira Família Orante, em comunhão de Igreja.

4. Centrados no Coração de Cristo

O Apostolado da Oração foi encarregado pelos Papas de levar por diante o culto e a devoção ao Coração de Cristo. Coração que simboliza toda a sua Pessoa, com todo o seu amor humano e divino, pois Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

O próprio Jesus nos mandou aprender do seu Coração, pois nesse Coração estão todos os tesouros da ciência e da sabedoria, é o Coração manso e humilde, é o oceano infinito de todas as graças, é fornalha ardente de amor, é abismo insondável de toda a virtude.

Promover o culto do Coração de Jesus é centrar as pessoas no mistério de Deus que é Amor, que tem Coração, que é Coração. Ajudar a perceber o valor da Consagração ao Coração de Cristo, da reparação a esse mesmo Coração, centrando todos no mistério do Amor louco e apaixonado de Deus Pai, revelado no Coração de seu Filho.

Os Papas e o Apostolado da Oração

Ao longo dos tempos, diversos Papas pronunciaram-se sobre o Apostolado da Oração, chamando a atenção para a sua importância.

Dirigindo-se, no final de uma audiência geral, aos participantes do Congresso Nacional Italiano do Apostolado da Oração, em 28 de Junho de 2006, Bento XVI disse que «o segredo de um apostolado fecundo está na união com o Coração de Jesus» e desejou «que a união com o Coração de Jesus seja, para todos, fonte de santidade e de eficaz acção apostólica».

Na sua Encíclica «Spe Salvi», Bento XVI faz uma referência ao oferecimento das obras do dia, uma das dimensões fundamentais da espiritualidade do Apostolado da Oração. A este respeito, diz, no nº 40: «Fazia parte duma forma de devoção – talvez menos praticada hoje, mas bastante difundida ainda há não muito tempo – a ideia de poder «oferecer» as pequenas canseiras da vida quotidiana, que nos ferem com frequência como alfinetadas mais ou menos incómodas, dando-lhes assim um sentido. [...] O que significa «oferecer»? Estas pessoas estavam convencidas de poderem inserir no grande com-padecer de Cristo as suas pequenas canseiras, que entravam assim, de algum modo, a fazer parte do tesouro de compaixão de que o género humano necessita. Deste modo, também as mesmas pequenas moléstias do dia-a-dia poderiam adquirir um sentido e contribuir para a economia do bem, do amor entre os seres humanos. Deveríamos talvez interrogar-nos se verdadeiramente isto não poderia voltar a ser uma perspectiva sensata também para nós».

Dirigindo-se, em 22 de Junho de 1982, a um grupo de peregrinos do Apostolado da Oração, João Paulo II exortou-os «a colaborar nesta selecta forma de apostolado que se realiza na entrega diária de si mesmo e da vida quotidiana de cada um, em união com o sacrifício eucarístico pelas necessidades da Igreja e a salvação de todos os homens, segundo as intenções do Papa. Continue a ser o Coração de Jesus o centro de inspiração de toda a vossa actividade apostólica.

Abençoo-vos e agradeço-vos, pois a difusão do espírito do Apostolado da Oração e o vosso afã de fazer conhecer e amar o Coração de Jesus são hoje mais do que nunca preciosos para a Igreja. E são de particular agrado do Papa».

Falando, em 13 de Abril de 1985, aos Secretários Nacionais do Apostolado da Oração, disse: «coloco esta Pia Associação universal nas vossas mãos, como um tesouro precioso do Coração do Papa e do Coração de Cristo».

Segundo Paulo VI, o Apostolado da Oração é «forma excelente e genuína da verdadeira piedade centrada em Cristo, tal como exige o Vaticano II».

Apostolado da Oração - Todos os direitos reservado

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Beatificação de João Paulo II

Pedro Aguiar Pinto


João Paulo II será beatificado a 1 de Maio, anunciou hoje o Vaticano. Bento XVI aprovou oficialmente um milagre atribuído a João Paulo II, o último passo no caminho da beatificação. O passo seguinte, embora não obrigatório, é o da canonização.
A beatificação está marcada para 1 de Maio. A data é muito significativa, sendo a celebração da Divina Misericórdia, uma festa instituída por João Paulo II, assinalada no primeiro domingo depois da Páscoa - precisamente o dia em que faleceu.
João Paulo II foi Papa durante 27 anos, um dos mais longos pontificados da história da Igreja, e morreu em Abril de 2005.
João Paulo II com beatificação marcada para dia 1 de Maio
Durante o seu funeral, milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro gritaram “Santo Subito”, pedindo uma canonização imediata. A Igreja, porém, optou por seguir as regras nesta matéria e aguardar eventuais milagres, abdicando apenas dos cinco anos de espera entre a morte e o início do processo, por iniciativa pessoal de Bento XVI .
O caso de uma freira francesa de 48 anos, que ficou curada de Parkinson depois de pedir a intercessão do Papa polaco, foi considerado milagre pelos especialistas do Vaticano.
É também significativo que seja Bento XVI a celebrar a beatificação, pois o actual Papa tinha decidido, no início do seu pontificado, só proceder a canonizações, abrindo até agora uma única excepção para o cardeal Newman, no passado mês de Setembro, em Inglaterra.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Boa noite!
O baptismo faz-nos "fideles", fiéis, palavra que, como aquela outra "sancti", santos, empregavam os primeiros seguidores de Jesus para se designarem entre si, e que ainda hoje se usa: fala-se dos "fiéis" da Igreja.

- Pensa nisto! O baptismo faz-nos "fideles", fiéis, palavra que, como aquela outra "sancti", santos, empregavam os primeiros seguidores de Jesus para se designarem entre si, e que ainda hoje se usa: fala-se dos "fiéis" da Igreja.

- Pensa nisto!

Então foi Jesus da Galileia ao Jordão ter com João, para ser baptizado por ele. E eis uma voz do Céu, que dizia: Este é o meu Filho, o amado, no qual pus as minhas complacências (Mt 3, 13.17).

No Baptismo o Nosso Pai, Deus, tomou posse das nossas vidas, incorporou-nos na vida de Cristo e enviou-nos o Espírito Santo.

A força e o poder de Deus iluminam a face da Terra.

Faremos arder o mundo nas chamas do fogo que vieste trazer à terra!…E a luz da Tua verdade, ó nosso Jesus, iluminará as inteligências por dia sem fim!

Muitos de nós herdámos dos nossos pais a fé católica e, por graça de Deus, quando recém-nascidos recebemos o Baptismo, começou na alma a vida sobrenatural. Mas temos de renovar ao longo da nossa existência - e mesmo ao longo de cada dia - a determinação de amar a Deus sobre todas as coisas. É cristão, digo, verdadeiro cristão, aquele que se submete ao império do único Verbo de Deus, sem impor condições a esse acatamento, disposto a resistir à tentação diabólica com a mesma atitude de Cristo: Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.

Domingo, 9 de Janeiro de 2011
Boa noite!
O baptismo faz-nos "fideles", fiéis, palavra que, como aquela outra "sancti", santos, empregavam os primeiros seguidores de Jesus para se designarem entre si, e que ainda hoje se usa: fala-se dos "fiéis" da Igreja.

- Pensa nisto! O baptismo faz-nos "fideles", fiéis, palavra que, como aquela outra "sancti", santos, empregavam os primeiros seguidores de Jesus para se designarem entre si, e que ainda hoje se usa: fala-se dos "fiéis" da Igreja.

- Pensa nisto!

(Então foi Jesus da Galileia ao Jordão ter com João, para ser baptizado por ele. E eis uma voz do Céu, que dizia: Este é o meu Filho, o amado, no qual pus as minhas complacências (Mt 3, 13.17).

No Baptismo o Nosso Pai, Deus, tomou posse das nossas vidas, incorporou-nos na vida de Cristo e enviou-nos o Espírito Santo.

A força e o poder de Deus iluminam a face da Terra.

Faremos arder o mundo nas chamas do fogo que vieste trazer à terra!…E a luz da Tua verdade, ó nosso Jesus, iluminará as inteligências por dia sem fim!


Muitos de nós herdámos dos nossos pais a fé católica e, por graça de Deus, quando recém-nascidos recebemos o Baptismo, começou na alma a vida sobrenatural. Mas temos de renovar ao longo da nossa existência - e mesmo ao longo de cada dia - a determinação de amar a Deus sobre todas as coisas. É cristão, digo, verdadeiro cristão, aquele que se submete ao império do único Verbo de Deus, sem impor condições a esse acatamento, disposto a resistir à tentação diabólica com a mesma atitude de Cristo: Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.


– Amigos de Deus,
Unidade / Comunhão
«Fé e vida, verdade e vida, eu e nós não são separáveis, e só no contexto da comunhão de vida no nós dos crentes, no nós da Igreja, a fé desenvolve a sua lógica, a sua forma orgânica.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

sábado, 8 de janeiro de 2011


Abba – Paizinho

Muitos cristãos, pela catequese que aprenderam, pela transmissão de conteúdos de fé pela família, pela vivência duma má ou até agressiva experiência da paternidade humana, pela vivência sem pai carnal junto de si e sem a experiência duma solícita e carinhosa paternidade, vêem Deus dum modo deformado: vêem-No mais como carrasco, como agressivo, como castigador, como vingativo, como culpado dos males que vão no mundo, como um Deus mais ao jeito do Antigo Testamento do que do Novo, depois das grandes revelações de Jesus.

Pela intenção que o Santo Padre nos coloca para nossa oração neste mês de Janeiro, pareceu-nos bom, justo e salutar, porventura esclarecedor e rico, dedicar o «dossier» deste mês à «Paternidade divina», para descobrirmos mais profundamente o Pai do Céu, seu amor, sua bondade, sua misericórdia, seu Coração de Pai, seu modo eloquente de ser «Paizinho». Todos precisamos de conhecer mais e melhor o amor do Pai e o seu comportamento, repleto de ternura e de compaixão para connosco. Jesus não Se cansou de falar do Pai e de O dar a conhecer. Morreu a entregar-Se confiante ao Pai.

Se a nossa «visão» espiritual do Pai, da primeira Pessoa da Trindade é acertada, recta, teológica, assente na palavra de Deus e no ensinamento da Igreja, tudo muda na nossa vida, começando pela nossa oração, que será mais confiante e filial, pelo nosso modo de receber os sacramentos, sobretudo a Reconciliação, pois encontramos o Pai da Misericórdia sempre pronto a perdoar, pelo modo concreto como vivemos no abandono filial, na certeza do Pai Providente e Bom. Tudo muda se a bússola do nosso coração se centra no Paizinho de Jesus e nosso, se confiamos n’Ele, se vivemos uma vida verdadeiramente filial.

Claro, evidente que mudará também a nossa relação com os outros, pois o Pai os ama, somos seus irmãos, teremos com eles uma relação alicerçada no amor e na graça. Haverá mais paz e comunhão, mais carinho e harmonia, mais diálogo e respeito, mais serviço e delicadeza, quer na família quer fora dela. Aceitar Deus como pai, como paizinho, como Lhe chamava Jesus na oração, e como clama o Espírito dentro de nós (S. Paulo diz que Ele clama em nós, Abba, Paizinho), levará a uma mudança total de vida, de comportamentos, de confiança para com Ele e de trato com os outros. É toda uma vida alicerçada no Amor do Pai, ou no Pai que é Amor e, por isso, tudo muda, tudo se vive noutra dimensão, tudo tem outra perspectiva.

A cruz de cada dia, que todos temos, mas alguns dos nossos contemporâneos de um modo mais duro, mais sangrento, mais doloroso, é vista, assumida e levada noutra dimensão, pois sabemos que o Pai a leva connosco e nos ajuda. As dificuldades do quotidiano, desde a doença ao desemprego, desde a carência de bens à falta de amor, são levadas de outro modo, pois sabemos que o Pai nos ama e cuida de nós. A solidão, a tristeza, porventura a angústia, tomam outros contornos, pois a confiança e o abandono no Pai nos conforta, estimula e anima.

A partir da nossa vocação baptismal, a partir do nosso rio Jordão, a fonte onde fomos baptizados, tudo se torna novidade divina nas nossas existências. Somos filhos e filhas bem-amados em quem o Pai coloca toda a sua complacência, todo o seu amor, toda a sua providência, toda a sua solicitude, toda a sua misericórdia. No seu Coração de Pai encontramos nossa força, nossa alegria, nosso bálsamo, nosso rochedo, encontramos a fonte divina de todo o dom e de toda a graça. Tudo nos vem de lá, como fonte sempre a jorrar, como amor fontal de todas as graças. O Pai derrama em nós sua felicidade e sua ternura, derrama a beleza infinita do seu divino amor.

Por isso, não podemos deixar de continuar a dizer, como Jesus: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra», não só porque revelas os teus mistérios aos pequeninos e aos humildes, mas porque és ternura que nos encanta, porque és força que nos anima, porque és bálsamo que nos cura as feridas da alma e do corpo, porque és Pai sempre acolhedor e bom, terno e delicado. E continuamos a rezar com S. Paulo: «Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo» porque nos quis seus filhos adoptivos, porque nos escolheu e predestinou para sermos santos, porque nos cumulou de todas as bênçãos espirituais em Cristo, porque nos salvou no Sangue de seu Filho, o Cordeiro Imolado por amor, porque continua a alimentar-nos do Pão do Céu, Corpo e Sangue de seu Filho Jesus Cristo, porque continua a cuidar de nós mais do que dos lírios do campo e do que das aves do céu. «Eu Te bendigo, ó Pai»; «Bendito sejas, ó Pai». Amém. Aleluia. Honra, louvor e glória a Vós, Pai de bondade, Deus santo, Deus forte, Deus imortal.

Dário Pedroso, s.j.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011



Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no rio Jordão.” Mc 1,9


É momento de recordar o nosso próprio baptismo

A vida pública de Jesus tem início com seu Baptismo por João, no rio Jordão… Uma multidão de pecadores, de publicamos e soldados Fariseus e saduceus e prostitutas vem fazer-se baptizar por ele. Jesus aparece, o Batista hesita, mas Jesus insiste. E ELE recebe o Baptismo. Então, o Espírito Santo, sob a forma de pomba, vem sobre Jesus e a voz do céu proclama:Este é o meu filho bem amado. É a manifestação (EPIFANIA) de Jesus como Messias de Israel e filho de Deus.” CIC 535
A voz vinda do céu é a voz do Pai proclamando a missão de Cristo.
Rei e Servo, o rei-servidor.
A festa do baptismo do Senhor é também o momento de recordar nosso próprio Baptismo, pois nele somos adoptados como filhos de Deus e recebemos o Espírito Santo para realizar nossa missão.
Nosso Senhor submeteu-se voluntariamente, ao Baptismo se São João, destinado aos pecadores, para cumprir toda a justiça. Este gesto de Jesus é uma manifestação. O Espírito que pairava sobre as águas da 1ª criação desce então, sobre Cristo, preludiando a nova criação e o Pai manifesta Jesus como seu filho amado CIC 12,24
É o Baptismo de João, um baptismo de arrependimento para o perdão dos pecados.
Evidentemente, Jesus não precisava desse baptismo.
Esse baptismo foi uma “desculpa” para algo maior: o Baptismo no Espírito Santo.
O verdadeiro Baptismo do senhor é quando o Espírito Santo desce sobre ele. “(João havia declarado: vi o Espírito descer do céu em forma de pomba e repousar sobre Ele.) eu não o conhecia, mas aquele que me mandou baptizar em água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem baptiza no Espírito Santo. Eu o vi e dou testemunho de que ele é o filho de Deus.”
Jô 1,32- 34
CIC= catecismo Igreja Católica

Fratenidade do Coração de Jesus e de Maria

domingo, 2 de janeiro de 2011


Enquanto orava...».

Na Transfiguração de Jesus, de que nos fala o Evangelho de hoje, o rosto do Senhor tornou-se resplandecente e a sua figura refulgiu, quando Ele «subiu ao monte para orar». Foi então que o Pai Se manifestou e revelou aos três acompanhantes de Jesus: «Este é o meu Eleito: escutai-O!» Já no Baptismo, no Jordão, o Pai Se revelara ao próprio Jesus, com as palavras: «Tu és o meu Filho muito amado; em Ti pus todo o meu enlevo» (Lc 3, 22). E também, na mesma cena do Baptismo, se lê que o céu se abriu e que Jesus ouviu a voz do Pai «no monte em que Se encontrava em oração, depois de ter sido baptizado».

Talvez só aos poucos, na oração, Jesus tenha tomado, progressivamente, consciência da sua filiação divina e da sua missão salvadora e redentora, e do tipo de Messianismo sofredor por que acabou por optar.

Em oração, devemos nós, filhos adoptivos, fazer a experiência da paternidade de Deus e da nossa condição de filhos amados e eleitos de Deus. Precisamos da experiência da Transfiguração, para sermos capazes de enfrentar, com os mesmos três Apóstolos ali presentes, as horas da Agonia, da Paixão e da morte, com Jesus Cristo, caminho inevitável para se chegar ao esplendor e à luminosidade cintilante da Ressurreição e da glória.

Oração: falar e ouvir.

Aprende-se a rezar, rezando. Não há regra, para os cristãos, de quantas vezes ao dia devem fazer oração. O Evangelho fala-nos da «obrigação de orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18, 1). «É verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação, dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo Nosso Senhor» - ouvimos no Prefácio de todas as celebrações da Eucaristia. Dar graças é uma das formas mais nobres de oração, talvez demasiado esquecida e pouco praticada. Certo é que devemos rezar todos os dias. Sirva-nos de estímulo e de critério o exemplo de Jesus e a oração do Pai-Nosso, que Ele nos ensinou.

Mais que o «quanto tempo», importa o modo como se reza. Importa que a oração seja fonte e raiz para uma relação minha mais profunda, mais viva, mais constante, com Jesus. É preciso que nos habituemos a ela, até que se torne imprescindível no nosso quotidiano. Custa a começar, mas sentimos que faz bem. É um exercício que exige esforço, mas vale a pena, porque dá frutos.

Rezar é falar com Deus. Podemos dizer-Lhe tudo, queixar-nos, protestar, insistir. Mas aprendamos também a aguardar resposta. À medida que se vai progredindo na oração, cada vez mais esta passa a consistir mais em ouvir do que em falar. Reflictamos, diante de Deus, em quanto Lhe devemos, em quanto recebemos de graça, porque Ele pensou/pensa em mim, porque é meu amigo e me ama. Ouvi-Lo, também significa recorrer mais e mais às palavras e mensagens do Evangelho, em que aprendemos a chamar a Deus nosso Pai: um Pai misericordioso, presente, atento, carinhoso. Falar com Ele e escutá-Lo, serena a nossa alma, acalma as nossas iras e impaciências, torna-nos compreensivos e disponíveis.

Se rezamos todos os dias, Deus ouve-nos; nós sentimos os efeitos da oração; os outros dar-se-ão conta de que rezar é indispensável e modifica as pessoas, para bem dos que rezam e de quem convive com elas