sábado, 15 de janeiro de 2011

Tema da Reunião de Janeiro :a Espiritualidade do Apostolado Da Oração



A Espiritualidade do Apostolado da Oração

Os quatro pilares

O Apostolado da Oração é um serviço à Igreja e à Humanidade, procurando que todos rezem por todos, fazendo, assim, uma grande «Família de Orantes». Milhões de pessoas, no mundo, espalhadas por quase todos os países, oferecem suas vidas, cada dia, para colaborar na salvação e na obra da redenção. São quatro os pilares principais da espiritualidade desta Obra.

1. Vida oferecida com Cristo em Eucaristia

Todos procuram oferecer, cada dia, sua vida, através da Oração do Oferecimento, com Jesus Cristo, no acto supremo da sua entrega e do seu amor que é a Eucaristia. São como que «hóstias vivas», como afirma S. Paulo (Rom 12, 1), oferecidas com Cristo: trabalho, oração, sofrimentos, alegria, a vida toda inteira, oferecida no altar com Jesus, para que o mundo tenha vida e a tenha em abundância (Jo 10, 10). Inseridos na Eucaristia, todos se tornam membros activos do projecto da salvação e suas vidas são dom e graça para o mundo e para a Igreja. Verdadeiros e activos colaboradores, fazendo de suas vidas uma oferta eucarística, com Jesus Cristo.

2. A arte de orar

Rezar pelos outros já é um apostolado. E desta oração nascem obras de misericórdia, obras apostólicas, obras missionárias. O Apostolado da Oração empenha-se em ajudar as pessoas, as famílias, as comunidades paroquiais a rezarem mais e melhor. Intensificar a oração, pessoal e comunitária, oração eucarística ou mariana, oração de louvor ou de meditação da Palavra, oração de súplica ou de acção de graças, etc. Cursos de Oração, encontros de oração, métodos e modos de rezar, de levar as pessoas a rezar. O Apostolado da Oração deve tornar-se, cada vez mais, um promotor da oração, e seus zeladores e associados, homens e mulheres, apóstolos da oração e pela oração.

3. Em Igreja, em comunhão com o Papa

Outra dimensão importante do Apostolado da Oração é estar centrado no coração da Igreja em comunhão com o Papa, rezando, cada mês, pelas Intenções que o Papa escolhe e propõe. Deste modo, os membros do Apostolado da Oração situam-se no coração do Papa, num profundo «sentir com a Igreja», para rezar unidos a ele. São milhões de pessoas em todo o mundo que cada mês tomam essa intenção do Papa e rezam com ele. Daí a força da oração, a graça da oração no coração da Igreja, onde milhões de pessoas juntam suas preces, como verdadeira Família Orante, em comunhão de Igreja.

4. Centrados no Coração de Cristo

O Apostolado da Oração foi encarregado pelos Papas de levar por diante o culto e a devoção ao Coração de Cristo. Coração que simboliza toda a sua Pessoa, com todo o seu amor humano e divino, pois Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

O próprio Jesus nos mandou aprender do seu Coração, pois nesse Coração estão todos os tesouros da ciência e da sabedoria, é o Coração manso e humilde, é o oceano infinito de todas as graças, é fornalha ardente de amor, é abismo insondável de toda a virtude.

Promover o culto do Coração de Jesus é centrar as pessoas no mistério de Deus que é Amor, que tem Coração, que é Coração. Ajudar a perceber o valor da Consagração ao Coração de Cristo, da reparação a esse mesmo Coração, centrando todos no mistério do Amor louco e apaixonado de Deus Pai, revelado no Coração de seu Filho.

Os Papas e o Apostolado da Oração

Ao longo dos tempos, diversos Papas pronunciaram-se sobre o Apostolado da Oração, chamando a atenção para a sua importância.

Dirigindo-se, no final de uma audiência geral, aos participantes do Congresso Nacional Italiano do Apostolado da Oração, em 28 de Junho de 2006, Bento XVI disse que «o segredo de um apostolado fecundo está na união com o Coração de Jesus» e desejou «que a união com o Coração de Jesus seja, para todos, fonte de santidade e de eficaz acção apostólica».

Na sua Encíclica «Spe Salvi», Bento XVI faz uma referência ao oferecimento das obras do dia, uma das dimensões fundamentais da espiritualidade do Apostolado da Oração. A este respeito, diz, no nº 40: «Fazia parte duma forma de devoção – talvez menos praticada hoje, mas bastante difundida ainda há não muito tempo – a ideia de poder «oferecer» as pequenas canseiras da vida quotidiana, que nos ferem com frequência como alfinetadas mais ou menos incómodas, dando-lhes assim um sentido. [...] O que significa «oferecer»? Estas pessoas estavam convencidas de poderem inserir no grande com-padecer de Cristo as suas pequenas canseiras, que entravam assim, de algum modo, a fazer parte do tesouro de compaixão de que o género humano necessita. Deste modo, também as mesmas pequenas moléstias do dia-a-dia poderiam adquirir um sentido e contribuir para a economia do bem, do amor entre os seres humanos. Deveríamos talvez interrogar-nos se verdadeiramente isto não poderia voltar a ser uma perspectiva sensata também para nós».

Dirigindo-se, em 22 de Junho de 1982, a um grupo de peregrinos do Apostolado da Oração, João Paulo II exortou-os «a colaborar nesta selecta forma de apostolado que se realiza na entrega diária de si mesmo e da vida quotidiana de cada um, em união com o sacrifício eucarístico pelas necessidades da Igreja e a salvação de todos os homens, segundo as intenções do Papa. Continue a ser o Coração de Jesus o centro de inspiração de toda a vossa actividade apostólica.

Abençoo-vos e agradeço-vos, pois a difusão do espírito do Apostolado da Oração e o vosso afã de fazer conhecer e amar o Coração de Jesus são hoje mais do que nunca preciosos para a Igreja. E são de particular agrado do Papa».

Falando, em 13 de Abril de 1985, aos Secretários Nacionais do Apostolado da Oração, disse: «coloco esta Pia Associação universal nas vossas mãos, como um tesouro precioso do Coração do Papa e do Coração de Cristo».

Segundo Paulo VI, o Apostolado da Oração é «forma excelente e genuína da verdadeira piedade centrada em Cristo, tal como exige o Vaticano II».

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