sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Deus é meu Pai!




Deus é meu Pai.
Estas são simples palavras são a proclamação da mais importante profecia que diz respeito ao homem e a resposta de todas as interrogações feitas sobre o mistério da vida, manifestada sobre este pequeno planeta chamado Terra.
Tal profecia paira sobre toda a criação, responde a todas as questões, sacia toda a sede, satisfaz toda a esperança, justifica toda a expectativa, ilumina a escuridão: diz-nos quem é o homem.
Quem acredita nela, está na luz, quem não acredita, permanece nas trevas.
Quem espera nela, vive na alegria, quem não espera, vive na angústia.
Quem a ama, está na vida, quem não a ama, encontra-se na sombra da morte.
Que significado pode ter a vida do homem sobre a terra, se essa vida não desembocar na vida eterna de Deus?
Que significado pode ter a paternidade do homem, se o seu destino for o nada?
Será que a lógica da vida tem o seu desfecho na morte?
Será que a alegria da luz deixa cair o seu pano sobre as trevas eternas?
Será que o fogo do amor se extinguirá no abraço do gelo infinito do limite?
Não!
O coração do pobre sentiu-o desde sempre, e na profecia da paternidade de Deus – tão bem expressa por São Paulo, na carta aos Efésios: «Ele nos predestinou para sermos seus filhos adoptivos» - colocou toda a sua força de viver e toda a sua coragem para esperar.
Em todos os quadrantes…
Em todos os tempos…
Sim, quando o homem apareceu na terra, foi logo «chamado» e, no seu ser profundo, aprendeu gradualmente a encontrar a sua vocação de filho.
Com razão dirá Tertuliano que o homem nasceu «naturalmente cristão» e, portanto, predisposto e preparado para escutar a mensagem de Cristo.
E a mensagem de Cristo é precisamente esta: «Deus é meu Pai – Deus é teu Pai, ó homem!».
Jesus não fez mais do que dar testemunho de uma realidade já actuante, com a autoridade «de quem vem do Alto, de quem sabe», proclamando um absoluto já decretado pelo amor do Pai, e revelando um mistério escondido desde sempre em Deus.
Mas esse absoluto já se encontrava no coração do homem, e esse mistério sobre a sua raiz.
Decifrei-o sob a linha lógica das esperanças dos pobres e dos últimos.
Apercebi-me dele na paciência e na forma de viver o silêncio dos indianos, nas margens do Ganges.
Vi-o nos olhos cheios de confiança do homem do deserto, quando, com o seu Inchahalla, dá testemunho da sua esperança no amanhã tão incerto, de criatura débil. Sim, o homem intuiu o seu destino, embora de forma confusa, e encontrou nele a coragem para viver e a força para esperar.
Porque, se Deus é meu Pai, vale a pena viver.
Porque eu sei esperar, se é Ele que vem ao meu encontro.
Sim, se Deus é meu Pai, posso estar tranquilo e viver em paz: tenho garantida a vida e a morte, o tempo e a eternidade.

† CARLO CARRETTO

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