quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Matrimónio heterossexual é único "digno" para procriar

Matrimónio heterossexual é único "digno" para procriar DN 2012-02-25
O papa Bento XVI afirmou hoje que a união entre um homem e uma mulher no matrimónio é o único "lugar digno" para trazer ao mundo um novo ser humano, procriação que é expressão da sua união biológica e espiritual. Bento XVI abordou o tema da procriação durante uma audiência no Vaticano com participantes na XVIII Assembleia Geral da Academia Pontíficia para a Vida, que termina hoje, com o tema "Diagnóstico e terapia da infertilidade". "A busca de um diagnóstico e de uma terapia representa o critério cientificamente mais correto para a questão da infertilidade, mas também o que mais respeita a humanidade integral dos sujeitos implicados", salientou Bento XVI. "A união entre um homem e uma mulher nessa comunidade de amor e de vida que é o matrimónio constitui o único "lugar" digno para a existência de um novo ser humano, que é sempre um presente", acrescentou. O papa elogiou o trabalho dos cientistas que mantêm "desperto o espírito de busca da verdade, ao serviço do bem autêntico do homem", evitando o "cientificismo e a lógica do benefício" que, segundo Bento XVI, parece dominar o campo da infertilidade e da procriação humana, "chegando a limitar muitas outras áreas de investigação". A dignidade humana e cristã da procriação "não consiste num "produto", mas sim num vínculo com o ato conjugal, expressão do amor dos cônjuges, da sua união não só biológica, mas também espiritual", referiu o pontífice. Bento XVI dirigiu-se aos cientistas ao apelar a que não cedam "nunca à tentação" de reduzir a um "mero problema técnico" as situações difíceis das pessoas. "A indiferença da consciência perante a verdade e o bem representa uma ameaça perigosa para um autêntico progresso científico", frisou ainda o papa

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quinta-feira depois de cinzas


Lucas 9, 22-25 23 de Fevereiro ... ganhar que aproveita ao homem o mundo inteiro, se vier a perder-se a si próprio? 
 Viver é fazer escolhas. É escolher o que dá sentido e sabor à tua vida. Podes deixar que os "outros", a "maioria", decida por ti. Podes deixar que te ditem o que é preciso para seres feliz: inchar a conta bancária, cuidar da aparência, garantir que ninguém conhece as tuas fragilidades... Ou podes fazer uma aposta decidida pelo amor. Por um estilo de vida com alegria, liberdade, respeito. Por uma forma de vida que resiste a todas as crises, a todos os choques.


                  Oração
 Deus da vida, escuta a minha oração.  
 Deus do amor, enche o meu coração. 
 Deus do tempo e do eterno, acompanha-me. 
 Deus da cruz, abraça-me.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Encontrar Deus através da proposta ‘Nova Evangelização na Cidade’

 


19.02.2012 Lisboa | Missão Metrópoles Encontrar Deus através da proposta ‘Nova Evangelização na Cidade’ Missão Metrópoles. Assim se chama o projecto de nova evangelização para 12 cidades europeias, que foi também adoptado pelo Patriarcado de Lisboa como ‘Nova Evangelização na Cidade’. Catequeses Quaresmais, leitura de textos de Santo Agostinho, leitura continuada do Evangelho de São Marcos, Jornadas Penitenciais e Jornada Diocesana da Juventude são as propostas da Missão Metrópoles, que irá decorrer no tempo da Quaresma até à Páscoa. Em Junho do ano passado, o presidente do recém-criado Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, arcebispo Rino Fisichella, garantia ao Jornal VOZ DA VERDADE que estavam a ser organizadas em Roma diversas iniciativas para preparar o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, a realizar em Outubro de 2012. No mês seguinte, chegava a confirmação: Lisboa é uma das 12 cidades europeias que vai viver a Missão Metrópoles, juntamente com Barcelona, Budapeste, Bruxelas, Dublin, Frankfurt, Liverpool, Paris, Turim, Varsóvia, Viena e Zagreb. O objectivo é apenas um: dar a conhecer Cristo a quem ainda não O conhece. Reevangelizar a Europa “Um programa especial para a vivência da nossa Quaresma deste ano”. É desta forma que o Cardeal-Patriarca de Lisboa apresenta à diocese a Missão Metrópoles. Num vídeo publicado esta semana no site oficial do Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt), D. José Policarpo recorda que este projecto de nova evangelização foi proposto a 12 grandes cidades europeias pelo Papa Bento XVI. “Isto mostra a preocupação do Santo Padre com a reevangelização da Europa, ou mais exactamente, com uma nova evangelização na Europa, continente que foi a base do cristianismo e que ultimamente tem caído numa espécie de indiferentismo, de agnosticismo, em que as comunidades cristãs são minorias e em que muitas vezes nem todos os membros destas comunidades têm uma compreensão profunda do que é a fé”. A Missão Metrópoles integra, sobretudo, as cidades que organizaram, no início deste século, o Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE), entre as quais Lisboa. “[A Missão Metrópoles] Será para nós, também, o momento de recuperar e reavivar os desafios e as perspectivas que nos ficaram do ICNE”, assume D. José Policarpo. Missão Metrópoles Todo o programa da Missão Metrópoles está previsto com a centralidade na Catedral e no ministério do bispo diocesano. “A Catedral é o coração da diocese, é aí onde está a cátedra do bispo, onde o seu magistério deve ser exercido. E dentro dessa linha, o Santo Padre pediu aos bispos destas 12 dioceses que façam três catequeses quaresmais nas respectivas catedrais durante a Quaresma, a apontar especialmente para os catecúmenos, os jovens e as famílias”, aponta o Cardeal-Patriarca no vídeo. Falando do caso concreto da Diocese de Lisboa, D. José Policarpo recorda que “há muito tempo” que é feito “este itinerário de catequese do bispo diocesano na catedral durante a Quaresma”. Neste sentido, serão mantidas as seis Catequeses Quaresmais habituais, tendo como destinatários em particular, além dos três pedidos pelo Papa [catecúmenos, jovens e famílias], o “mundo da cultura, os que se dedicam dia-a-dia à solidariedade e os que têm uma responsabilidade na sociedade de condução dessa mesma sociedade”. A leitura de textos de Santo Agostinho, no dia 24 de Março, na Igreja do Coração de Jesus, a leitura continuada do Evangelho de São Marcos, a 15 de Abril, na Sé, diversas Jornadas Penitenciais em igrejas de Lisboa e a Jornada Diocesana da Juventude, na Baixa lisboeta, a 1 de Abril, são as restantes iniciativas do projecto ‘Nova Evangelização na Cidade’. “Este programa de nova evangelização tem três dimensões: o anúncio, através das catequeses, a celebração da penitência e a partilha fraterna, que retoma uma longa tradição de renúncia quaresmal”, salienta D. José Policarpo. A mensagem vídeo do Cardeal-Patriarca de Lisboa sobre a Missão Metrópoles termina com um convite, em tom de desafio e de esperança. “Convido-vos a todos a participardes directamente nos eventos! Espero vivamente que todas as comunidades cristãs encontrem formas de fazer eco na própria comunidade destas realizações na diocese. Anúncio, celebração da penitência, partilha fraterna na caridade: que estas três dimensões dêem qualidade à nossa Quaresma, a Quaresma de 2012 vivida por todos nós em circunstâncias muito peculiares de exigência humana que se tem que transformar e dar lugar à coragem cristã”.
 Catequeses Quaresmais Apresentação geral As Catequeses Quaresmais deste ano de 2012 inserem-se num projecto de evangelização proposto pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e envolverá 12 grandes cidades europeias: Lisboa, Barcelona, Budapeste, Bruxelas, Dublin, Frankfurt, Liverpool, Paris, Turim, Varsóvia, Viena e Zagreb. A Evangelização a partir da Catedral: Igreja Mãe da Diocese, sublinha a unidade da evangelização, a partir do ministério do Bispo, o primeiro evangelizador. É na Catedral que o Bispo tem a sua Cátedra de mestre da fé. Este projecto convida todos os membros da Igreja diocesana a escutarem com atenção o magistério do seu Bispo. Por isso espera-se que as catequeses tenham eco apropriado nas comunidades cristãs. Em Lisboa fazemos, há vários anos, esta evangelização a partir da Catedral, através das 6 Catequeses Quaresmais feitas pelo Cardeal-Patriarca nos 6 domingos da Quaresma. Nos outros anos escolheu-se um tema central, que se desdobrava em seis sub-temas. Neste projecto isso não é possível, pois cada catequese é dirigida a um público alvo e o tema é dirigido a esse público. Na escolha das 12 cidades integraram-se aquelas que organizaram, no início deste século, o Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE), entre as quais Lisboa. Este projecto de nova evangelização convida-nos a reavivar as interpelações que nos deixou o ICNE. As Catequeses serão às 18 horas, na Sé Patriarcal. Seguir-se-á sempre a Eucaristia, às 19 horas, presidida pelo Cardeal-Patriarca. D. José Policarpo Temas Semanalmente, na página da Missão Metrópoles (www.missaometropoles.org) criada pela diocese, o Cardeal-Patriarca de Lisboa fará a apresentação em vídeo de cada tema da Catequese Quaresmal. Em seis vídeos, que irão sendo publicados na quarta-feira anterior a cada catequese, D. José Policarpo resume o tema em reflexão e lança o convite à presença, em especial, dos destinatários de cada Catequese Quaresmal.
 1ª Catequese Quaresmal, dia 26 de Fevereiro: Da fé ao Baptismo: a fé como caminho de vida (Catequese dirigida aos Catecúmenos) 
 2ª Catequese Quaresmal, dia 4 de Março: Do Amor à Caridade (Catequese dirigida às Famílias)
 3ª Catequese Quaresmal, dia 11 de Março: Anunciar o Evangelho é intervir na Cultura (Catequese dirigida aos Agentes Culturais)
 4ª Catequese Quaresmal, dia 18 de Março: A caridade é luz para a fé: «um coração que vê» (Catequese dirigida aos obreiros da solidariedade e da caridade) 
 5ª Catequese Quaresmal, dia 25 de Março: A evangelização é discernimento da realidade à luz da fé (Catequese dirigida aos responsáveis pela construção da comunidade)
 6ª Catequese Quaresmal, dia 1 de Abril: Jesus Cristo é a novidade radical: a fé da Igreja (Catequese dirigida aos jovens) 
Transmissão vídeo das catequeses pela internet O site do Patriarcado de Lisboa na internet, em www.patriarcado-lisboa.pt, vai transmitir em vídeo todas as Catequeses Quaresmais proferidas pelo Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo. Numa parceria desenvolvida pelo Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa com a Rádio Renascença e o Portal Sapo, a transmissão será assegurada através de duas câmaras de filmar e irá para o ar uns minutos antes das 18h00, a hora marcada para o início da catequese. A parceria com a Rádio Renascença é assegurada através da equipa da webtv desta rádio, a V+, sendo que o Portal Sapo disponibiliza o seu espaço na internet para assegurar uma transmissão vídeo com boa qualidade de imagem. São já várias as paróquias da Diocese de Lisboa que se estão a organizar para transmitir as Catequeses Quaresmais nas suas igrejas. Em algumas paróquias, reproduzindo o som pelas colunas do templo; noutros casos, o Jornal VOZ DA VERDADE sabe que há paróquias que estão a organizar a transmissão vídeo através de ecrãs colocados também nas igrejas.
 Procura de Deus com Santo Agostinho A leitura de textos de Santo Agostinho. Esta é a proposta do Patriarcado de Lisboa integrada na Missão Metrópoles. Irá decorrer no dia 24 de Março, sábado, a partir das 16 horas, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus (Rua Camilo Castelo Branco, nº 4, ao Marquês de Pombal, em Lisboa)  Com São Marcos encontrar Deus Uma semana após a Páscoa, no dia 15 de Abril (Domingo II da Páscoa ou da Divina Misericórdia), o desafio é ‘Com São Marcos encontrar Deus’. 
Neste sentido, a partir das 16 horas, na Sé de Lisboa, haverá a leitura continuada do Evangelho de São Marcos por figuras públicas ligadas às artes e ao espectáculo. A sessão será intercalada por momentos musicais de canto gregoriano.  Jornadas Penitenciais Ao longo da Missão Metrópoles, várias igrejas de toda a Diocese de Lisboa vão receber as Jornadas Penitenciais. 

O objectivo é que as pessoas se reconciliem com Deus, através do sacramento da Reconciliação. Durante as Jornadas Penitenciais haverá também a exposição do Santíssimo Sacramento. No site www.missaometropoles.org poderá consultar a lista das igrejas e os horários destas jornadas

Papa alerta novos cardeais: "Não é fácil deixar a lógica do poder e da glória"


Bento XVI recordou aos cardeais que estes participam agora na governação da Igreja universal, pela qual devem estar dispostos a dar a própria vida. O Papa aproveitou a sua alocução no Consistório de hoje para alertar os novos cardeais para os perigos de não abandonarem a lógica mundana do poder e da glória, abraçando a do Evangelho. Para este efeito, Bento XVI recorreu ao episódio bíblico em que dois dos apóstolos, Tiago e João, perguntam a Jesus se, quando chegar a sua glória, se podem sentar “um à tua direita e outro à tua esquerda”. Perante este pedido os outros dez apóstolos indignam-se. Segundo o Papa este episódio demonstra como nenhum dos apóstolos compreendia a “lógica da vida que Jesus testemunha”. “Indignam-se porque não é fácil entrar na lógica do Evangelho, deixando a do poder e da glória”, remata Bento XVI. Antes, o Papa dirigiu-se aos novos cardeais que hoje foram criados no Consistório em Roma, explicando as responsabilidades que acompanham o seu novo cargo: “Serão chamados a analisar e avaliar os casos, os problemas e os critérios pastorais que dizem respeito à missão da Igreja inteira. Nesta delicada tarefa, servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo.” A referência ao “Príncipe dos Apóstolos” diz respeito a São Pedro, que foi martirizado pela sua fé em Cristo e de quem o Papa é sucessor. Durante a cerimónia os novos cardeais receberam os seus títulos de bispos, padres ou diáconos de diferentes igrejas da diocese de Roma. Apesar de hoje serem sobretudo simbólicos, estes cargos têm um significado particular: “Através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária [dos subúrbios], os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal”, referiu Bento XVI. O Papa entregou também aos novos cardeais o seu barrete, cuja cor, igual ao das vestes dos cardeais, está carregada de simbolismo: “Aos novos Cardeais, é confiado o serviço do amor: amor a Deus, amor à sua Igreja, amor aos irmãos com dedicação absoluta e incondicional – se for necessário – até ao derramamento do sangue, como diz a fórmula para a imposição do barrete cardinalício e como indica a cor vermelha das vestes que trazem.” Por fim, os novos cardeais recebem também um anel. O desenho do anel pode mudar de Consistório para Consistório e, neste caso, inclui a imagem dos apóstolos Pedro e Paulo e, no centro, uma estrela que representa Nossa Senhora. “Trazendo este anel, sois convidados diariamente a recordar o testemunho de Cristo que os dois Apóstolos deram até ao seu martírio aqui em Roma, tornando assim fecunda a Igreja com o seu sangue. Por sua vez a evocação da Virgem Maria constituirá para vós um convite incessante a seguir Aquela que permaneceu firme na fé e serva humilde do Senhor”. As palavras do Papa contra a “lógica do poder e da glória” chegam aos ouvidos dos cardeais numa altura em que o Vaticano tem sido abalado pela revelação de documentos privados que, segundo alguns analistas, reflectem disputas de poder entre membros da Cúria Romana, muitos dos quais são cardeais. A confirmar-se, este facto dá um sentido ainda mais urgente às palavras de Bento XVI no Consistório de hoje: “Domínio e serviço, egoísmo e altruísmo, posse e dom, lucro e gratuidade: estas lógicas, profundamente contrastantes, defrontam-se em todo o tempo e lugar. Que a vossa missão na Igreja e no mundo se situe sempre e só ‘em Cristo’ e corresponda à sua lógica e não à do mundo, sendo iluminada pela fé e animada pela caridade que nos vem da Cruz gloriosa do Senhor”, pediu o Papa. 
Afixada por papinto às Sábado, Fevereiro 18, 2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Mensagem do Cardeal Patriarca para a Quaresma 2012



            
A Quaresma é o tempo litúrgico que nos convida a situar a nossa vida cristã no essencial da sua verdade: a de peregrinos do Céu, na humildade da nossa fragilidade e na coragem da nossa fidelidade. Experimentamos já uma realidade que ainda não possuímos completamente. O desejo da plenitude é o motor da nossa fidelidade. Só no Céu viveremos plenamente a Páscoa de Jesus; mas ela é já a realidade decisiva da nossa vida. Em cada Quaresma, que o mesmo é dizer em cada Páscoa, somos chamados a viver com uma fidelidade renovada esta semente de eternidade que foi semeada em nós pelo Espírito de Cristo ressuscitado. É assim que o Santo Padre começa a sua Mensagem: “A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito, este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e pela partilha, pelo silêncio e pelo jejum, com a esperança de viver a alegria pascal”.
           
A Mensagem de Bento XVI é muito bela; devemos todos partir dela para a vivência sincera da nossa Quaresma. Esta minha mensagem não pretende ser “outra mensagem”, ao lado da do Santo Padre. Quanto muito, posso considerar alguns dos desafios que nos lança, situando-os nas realidades concretas da nossa Igreja Diocesana.
            
A segurança da nossa fé
           
1. A fé é uma atitude que cresce e se aprofunda, à medida que nos leva a entrar em comunhão pessoal com Cristo e, por Ele, com Deus Trindade Santíssima. A Quaresma tem de ser tempo de aprofundamento da fé, pessoal e comunitária. O Santo Padre afirma: “Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua”. A firmeza ou a fragilidade da nossa fé tem aí a sua origem. Quem não vive a fé, torna-a mais fraca, menos segura, mais exposta às dúvidas; quem progride na fé, torna-a mais sólida, atitude inabalável, que vive a dúvida como um desafio, e enfrenta, sem vacilar, as diversas compreensões da vida que, hoje mais do que nunca, nos são dirigidas pelas vozes do mundo. A fragilidade da fé é a sua rotina, é a tibieza nos sentimentos, é a sua redução a tradições, que se vão esfarelando no embate com as vozes do mundo.
           
A firmeza da fé é um dom do Espírito Santo, o dom da fortaleza, o que nos recorda que só conduzidos por Ele crescemos na fé e que este crescimento nos aproxima mais de Deus e da plenitude da vida. A fé é para ser vivida, na ousadia da liberdade e da vida, e não para ser guardada no cofre das memórias de família. Sempre que dizemos “eu creio”, afirmamos a nossa decisão de vida, a sua compreensão e o itinerário para atingir a sua plenitude. A firmeza da fé foi a força dos mártires, o desafio dos santos, levou à coerência da vida, vivida na lógica da fé, da Palavra de Deus, da Palavra da Igreja, dos mandamentos do Senhor.

           
A persistência da esperança
2. A verdade da Quaresma reside na sinceridade com que nos relacionamos com Jesus Cristo, cuja Páscoa celebramos. Como diz o Santo Padre: “O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais”. À firmeza da fé, junta-se a persistência da esperança.
           
Vivem da esperança aqueles que já experimentaram a realidade definitiva da Páscoa de Jesus, inauguração da vida definitiva; e, porque já a experimentaram, desejam a sua plenitude. A esperança é persistência no que já se tem, como fruto da nossa união a Cristo, e desejo de aprofundar essa vida nova. O próprio esforço de fidelidade está ligado à esperança. Só o Espírito Santo pode alimentar em nós esse desejo de plenitude.
           
Num momento particularmente difícil que estamos a viver, são muitas as vozes a tentar suscitar a esperança. Nós, os cristãos, queremos viver a esperança teologal, isto é, aquela que só é possível com a força do Espírito, que nos faz desejar a plenitude da vida em Cristo. Esta esperança teologal engloba todas as realidades da nossa vida presente, que ganham em Cristo um sentido novo. A esperança é a virtude que nos ajuda a viver toda a realidade humana à luz da Páscoa de Jesus. A esperança exprime a fé no concreto da vida presente. Só a esperança teologal nos ajuda a não “desesperar” quando o sofrimento nos bate à porta.

A primazia da caridade
3. São Paulo afirma que, nesta vida presente, em que, unidos a Cristo, vivemos já as “primícias” do Reino dos Céus, permanecem a fé, a esperança e a caridade, mas que a maior é a caridade, a única que permanecerá no Reino definitivo (cf. 1Cor. 13, 8.13). Viver unido a Cristo é uma experiência de caridade: o amor com que Deus nos ama no Seu Filho e, com a força do amor de Deus, o amor com que nos amamos uns aos outros. A fé e a esperança são experiência do amor próprias da nossa situação de peregrinos do Reino dos Céus. Quando o cristão diz “eu creio”, no fundo ele diz: “eu amo” a Deus em Quem acredito; quando diz “eu espero”, ele diz: eu desejo deixar-me amar, e desejo amar de uma maneira cada vez mais generosa e total. É a caridade, vivida e desejada, que dá densidade à fé e à esperança.

O amor dos irmãos
4. O amor de Deus e o amor dos irmãos, para os cristãos, são um único amor, que é infundido no nosso coração pelo Espírito Santo. Quem ama a Deus, ama os irmãos. Se isso não acontecer, é porque o nosso amor a Deus não é sincero. A fé e a esperança exprimem-se, também, no amor fraterno.
           
Compreende-se, assim, que o Santo Padre, ao desafiar-nos para uma Quaresma vivida na profunda união a Jesus Cristo, ponha o acento no amor fraterno. Este não é redutível a esquemas impessoais de solidariedade; é amor de uma pessoa por outra, que se olham de frente, que se conhecem em toda a sua realidade. Noutro texto, o Santo Padre disse que a caridade fraterna é “um coração que vê”. Quando olhamos para o nosso irmão com o coração, quando ele nos comove, ele torna-se o nosso próximo. No fundo é ter para com os nossos irmãos a mesma atitude que a fé nos leva a ter com Jesus Cristo: olhá-lo de frente, como o outro que vem ao meu encontro, tentando perceber quem é e o que faz por mim. Ouçamos o Santo Padre: “é um convite a fixar o nosso olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos”.

Olhar toda a realidade dos nossos irmãos
5. Pode acontecer que quando estamos sobretudo sensíveis às necessidades materiais, ignoremos a verdade espiritual do nosso irmão, a sua necessidade de conversão à fé e à esperança. Um falso sentido de respeito pela intimidade do outro, a perda da noção do que é verdadeiramente bom ou mesmo a perda da noção da diferença do bem e do mal, podem dispensar-nos de, ao olharmos para o nosso irmão, o amarmos em toda a sua realidade. Se a fonte do nosso amor fraterno é o amor com que Deus nos ama, a ajuda material aos irmãos pode ser ocasião do anúncio do amor de Deus e de convite à conversão. Eu posso matar a fome aos meus irmãos, mas não ficarei bem com a consciência se nada fizer para os ajudar a recuperar espiritualmente o caminho da vida. A caridade fraterna impele-me tanto a socorrer os meus irmãos nas necessidades materiais como a ajudá-los a descobrir Jesus Cristo e o amor de Deus. E isto é mais possível se a nossa ajuda for fruto da caridade que aprendemos com Jesus Cristo. A caridade vivida é sempre o anúncio da salvação.

A fé, a esperança e a caridade, e o anúncio da salvação
6. Convido-vos, pois, na sequência do Santo Padre, a vivermos esta Quaresma ao ritmo das três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade, o que exige de nós uma coerência com a profundidade sobrenatural da vida em união com Cristo, de cuja Páscoa vivemos, e que nos preparamos para celebrar. Convido-vos a mergulhar no mistério de Deus, Trindade Santíssima e a arrastarmos para essa comunhão as pessoas a quem amamos com um amor que tem a sua fonte em Deus.
           
Como dissemos, a caridade fraterna é sempre anúncio de Jesus Cristo, que ao transformar o nosso coração, fez dele “um coração que vê”. O Patriarcado de Lisboa aceitou o convite do Santo Padre, através do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, para participar num programa de evangelização com outras onze cidades europeias, entre as quais aquelas que organizaram o Congresso Internacional para a Nova Evangelização. Para nós, Diocese de Lisboa, a participação neste programa de Nova Evangelização será ocasião de reavivar a memória do que foi o ICNE entre nós.
           
Este programa tem a sua sede na Catedral e no ministério do Bispo diocesano. Tem como primeira concretização o anúncio da nossa fé, para as pessoas do nosso tempo, no realismo humano da nossa população. Será prioritariamente dirigido aos catecúmenos, às famílias, aos jovens, aos intervenientes na cultura, aos obreiros da solidariedade e aos responsáveis pela construção da comunidade.
           
Outras duas formas de anúncio completarão este programa: uma proposta actual da mensagem de Santo Agostinho, anunciando a fé cristã aos que não têm fé, e uma leitura do Evangelho de Marcos.
           
Para as comunidades cristãs, o anúncio será completado com outras duas iniciativas: vivência do mistério da reconciliação através do Sacramento da Penitência, e a partilha fraterna. A caminhada na fé supõe sempre o abandono ao amor misericordioso de Deus expresso no ministério da Igreja, que perdoa e reconduz os filhos pródigos à intimidade com o Pai.
A partilha fraterna do que temos, para ajudar os que têm menos, entre nós tem já a longa tradição da “Renúncia Quaresmal”. Este ano pensaremos sobretudo naqueles irmãos das nossas comunidades que foram mais atingidos pela actual crise. O resultado desta partilha engrossará o nosso Fundo Diocesano “Igreja Solidária”, mas encontraremos formas de ligar mais ao concreto, garantindo que cada comunidade possa destinar aquilo que recolhe aos necessitados da própria comunidade, sem esquecer que a verdadeira dimensão desta família de irmãos é a Diocese, e que uma organização diocesana, garantida pela Caritas, é conveniente e necessária.
           
Espero que este programa interesse toda a Diocese, quer mobilizando para as actividades diocesanas, quer encontrando formas de fazer ecoar em cada comunidade o que se passa no coração da Diocese.
           
Não esqueçamos que só haverá Nova Evangelização se o nosso anúncio tiver um novo ardor, e se ousar novos métodos e novas expressões. É preciso ir além das nossas rotinas pastorais e voltar a encarnar a ousadia da Igreja apostólica. Esta Quaresma tem mesmo de ser, para todos nós, ocasião de conversão. Cristo, que continua a querer salvar todos os homens, precisa da nossa ousadia, porque O queremos seguir e partilhar com Ele a missão, nesta sociedade que parece ter-se afastado tanto d’Ele e do Seu Evangelho.

 Lisboa, 7 de Fevereiro de 2012, Festa das Cinco Chagas do Senhor

 † JOSÉ, Cardeal-Patriarca

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Memorias que ficam e nos desafiam



  D. Laurinda Pereira 

A D. Laurinda foi associada do Apostolado da Oração durante mais de 50 anos, muitos dos quais foi Zeladora de uma das zonas.
Todas as palavras são poucas para descrever a grande mulher que foi a D. Laurinda, sempre muito dedicada à Paróquia, foi catequista muitos anos, assim como também sempre  ajudou na organização das Festa de Nossa Senhora da Piedade, visitava os doentes e a sua partilha com os mais necessitados era para Ela prioridade.

Também todos os anos o retido do A.O nunca faltava, podíamos sempre contar com ela. Numa palavra era uma Mulher com (M) grande ......Sempre atenta, disponível, e com um coração cheio de amor.
Temos a certeza que Deus já lhe deu a grande recompensa, tão bem conquistada neste mundo.
(Obrigada Laurinda que daí do Céu rogue a Deus por todos nós...... )

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Mensagem para a Quaresma 2012 de BENTO XVI

 PEDE MAIS ATENÇÃO AOS OUTROS E UMA PREOCUPAÇÃO CONCRETA PELOS MAIS POBRES

O Papa Bento XVI pede, na sua Mensagem para a Quaresma 2012, mais atenção uns aos outros e uma «preocupação concreta pelos mais pobres», lembrando que «o encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança».

No documento, intitulado «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» - expressão retirada da Carta aos Hebreus - o Santo Padre convida os católicos a uma atitude contrária à «indiferença» e ao «desinteresse», que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada».

E, neste sentido, Bento XVI adverte: «a atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual». O bem, explica, «é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim, a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades».

O Papa prossegue a sua Mensagem apelando a que sejamos capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; «o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre».

Bento XVI fala ainda da necessidade de «recuperar a dimensão do amor cristão» que assenta na obra de misericórdia espiritual «corrigir os que erram», de modo que não fiquemos «calados diante do mal».

«Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem», refere, lembrando que «a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social».

O Santo Padre termina a sua Mensagem com um repto, inspirado na Carta aos Hebreus (6, 10): «que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas

domingo, 5 de fevereiro de 2012

DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

ENTRONIZAI OS CORAÇÕES DE JESUS E DE MARIA EM VOSSOS E LARES

ACTO DE CONSAGRAÇÃO AOS 
SAGRADOS CORAÇÕES DE JESUS E MARIA

 "Sacratíssimos Corações de Jesus e de Maria, a vós me consagro, assim como toda minha família.  Consagramos a vós nosso próprio ser, toda nossa vida, tudo o que somos, tudo o que temos, e  tudo o que amamos. 

A vós damos nossos corações e nossas almas. A vós dedicamos nosso lar e nosso país. Conscientes de que, através desta consagração nós, agora, vos prometemos viver cristãmente praticando as virtudes de nossa religião, sem nos envergonharmos de testemunhar a fé.  

Ó Sacratíssimos Corações de Jesus e de Maria, aceitai esta humilde oferta de entrega de cada um de nós, através deste ato de consagração.  



ORIGEM DA DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

                                 Na  sexta-feira depois da oitava da festa do Corpo de Deus, a Igreja celebra a  festa do Sagrado Coração de Jesus. De acordo com os  desejos de Nosso  Senhor, manifestados  a  Santa Margarida Maria Alacoque, deve ser dia de reparação, pela ingratidão, frieza, desprezo e sacrilégios que muitas vezes sofreu na Eucaristia, por parte de maus  cristãos, e às vezes até por parte de pessoas que se presumem piedosas.  Em todas as igrejas se fazem neste  dia, solenes atos colectivos de reparação. Para estimular os cristãos e retribuir com amor tantas e tão grandes provas de amor do divino Coração de Jesus, dedicou à sua veneração, não só a primeira sexta-feira de cada mês, mas também um mês inteiro, o mês de Junho. 
   No dia  16 de Junho de  1675, durante uma exposição do Santíssimo Sacramento, Nosso Senhor apareceu a Santa Margarida Maria Alacoque e,  descobrindo seu Coração, disse-lhe:  “Eis o coração que tanto tem amado aos homens e  em recompensa não recebe, da maior parte deles, senão ingratidões pelas irreverências e  sacrilégios, frieza e  desprezo que tem por Mim neste Sacramento de Amor”.


Quem é devoto do Sagrado Coração de Jesus?


“Tem devoção ao Sagrado Coração de Jesus, quem considera o amor que Jesus Cristo patenteou na sua vida, na morte e  no SSmo Sacramento, quem  considera os afectos, os sofrimentos da alma de Jesus Cristo.
“É devoto do Sagrado Coração de Jesus, quem ama a Jesus Cristo, imita suas virtudes;  quem Lhe faz reparação honorífica dos ultrajes que recebe e tudo isto, para corresponder ao amor que Ele nos vota.
“O Sagrado Coração de Jesus, na “GRANDE PROMESSA”, concedeu a inestimável graça da perseverança final aos que comungarem na primeira sexta-feira de  nove meses seguidos. Pelo que  se introduziu o exercício de devoções em honra do Sagrado Coração, na primeira  sexta-feira de cada mês. Além da graça prometida, ganha-se uma indulgência plenária (Comunhão, reparação, oração e meditação por algum tempo sobre a infinita bondade do Sagrado Coração). (Pe. Réus:  “Orai”)
Jesus, portanto, quer que Lhe demos amor e  reparação das ofensas contra a  Eucaristia, honrando e venerando o seu divino Coração.
E como para nos obrigar a isto,  fez as seguintes magníficas promessas, em que fala a  misericórdia do seu Sagrado Coração:

AS PROMESSAS 


<> Dar-lhes-ei todas as graças  necessárias ao seu estado.
<> Porei paz em suas famílias.
<> Consolá-lo-ei em todas as  suas aflições.
<> Serei o seu refúgio na vida e principalmente na morte.
<> Derramarei abundantes bênçãos sobre todas as suas empresas .
<> Os pecadores acharão no meu Coração o manancial e o oceano infinito de misericórdia.
<> As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas.
<> As  almas fervorosas| alterar-se-ão, rapidamente, às eminências da perfeição.
<> Abençoarei as casas, onde se expuser e venerar a imagem do meu Sagrado Coração.
<> Darei aos sacerdotes o dom de abrandarem os corações mais endurecidos.
<> As pessoas  que propagarem estas devoção, terão os seus nomes escritos no meu Coração, para nunca dele  serem apagados.
<> A GRANDE PROMESSA:  Prometo-te, pela excessiva misericórdia e pelo amor todo-poderoso do meu Coração, conceder  a todos que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, a  graça da penitência final, que não morrerão em minha inimizade, nem sem receberem os seus  sacramentos, e que o meu divino Coração lhes será seguro asilo nesta última hora.
Segue  abaixo, a ficha de  controle para as pessoas  que se dispuserem  a  fazer as Comunhões Reparadoras ao Sagrado Coração de Jesus