domingo, 27 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Palavra de Deus

A Palavra do Senhor

Em comunhão de Igreja, acolhendo a Exortação Apostólica do Papa Bento XVI, queremos que o dossier deste mês seja sobre a «Palavra do Senhor». Palavra de Deus, Palavra que é uma Pessoa, Jesus, o Filho bem-amado. Por isso, o Pai, depois de nos ter dado a Palavra, o Verbo, não tem mais nada a dizer-nos, ou melhor, vai-nos dizendo e falando pelo Filho. Este nos segreda os mistérios, nos ajuda a saborear a vida, os acontecimentos à luz da Palavra. Ele nos faz descobrir sementes da Palavra em todos os escritos, mesmo de outras religiões, nos faz apreciar as coisas à luz da Palavra que Ele é.

A Palavra de Deus é luz dos nossos caminhos e não nos deixa andar nas trevas do erro, da mentira, da falsidade, das idolatrias. A Palavra de Deus é vida e nos faz viver de Deus e para Deus, porque nos ensina que Ele nos ama e vem sempre ao nosso encontro. A Palavra de Deus, como alimento, sacia a nossa fome e sede, alimenta a nossa alma e o nosso coração, fortalece a nossa vontade. A Palavra é como a chuva que só volta a subir depois de produzir em nós frutos de santidade e de vida. A Palavra nos faz felizes, pois encontramos n’Ela o caminho da eternidade e a fonte da alegria verdadeira e duradoira. A Palavra, que não é uma coisa mas uma Pessoa, Jesus Cristo, nos evangeliza por dentro, nos transforma, nos cristifica, nos transfigura. A Palavra é medicina divina, vai curando nossas doenças espirituais, nossos traumas, nossos medos.

O confronto com a Palavra, a sua assimilação, o desejo de a colocar em prática, é o modo seguro de caminhar na santidade, de viver em nós a vida de Deus, de sermos cristãos evangelizados por dentro, de sermos casa construída sobre rocha, capaz de suportar tempestades, vendavais da vida, desgostos, tentações, humilhações, etc., de sermos transparentes de Deus, testemunhos eloquentes da sua vida e do seu amor, de sermos profetas com audácia para desmascarar a injustiça e a mentira, de sermos, pelo dom precioso da Palavra lida, rezada, comida, assimilada, apóstolos convictos e convincentes, de sermos pessoas embebidas de Deus, ensopadas do divino, cuja vida transborda Deus para os outros. Mistério insondável da Palavra, que, sendo vida, nos sacia e inebria, nos transforma, nos faz portadores de Deus e do seu amor.

Precisamos de ter fé na Palavra, nesse dom precioso do Pai. Precisamos de amar a Palavra para a acolher no coração e a fazer vida das nossas vidas. Precisamos de ler e rezar a Palavra, de a conhecer com a sabedoria do Espírito, para que ela germine em nós a contínua primavera do amor, a contínua novidade de Deus, a certeza de que o Espírito faz novas todas as coisas. Homens e mulheres da Palavra para termos no coração o tal fogo que Jesus disse que veio trazer à terra e quer sentir incendiado em nossos corações. Homens e mulheres da Palavra para vivermos a caridade, a verdade, a justiça, para sermos construtores de vida nova, de famílias renovadas, de paróquias que sejam verdadeiras comunidades de vida fraterna.

O Papa escreveu: «que a Bíblia não permaneça uma Palavra do passado, mas uma Palavra viva e eficaz». É um grande desafio ao nosso modo de rezar, de ser cristãos, de ler e amar a Palavra. É um desafio a ter em casa a Bíblia, mas mais ainda a lê-la, a estudá-la, a ter um grupo bíblico que nos ajude a reflectir sobre a Palavra. É um desafio a ler e meditar os textos da Eucaristia diária, ou pelo menos dominical, com o grande desejo de ir comendo a Palavra, os nacos da sabedoria divina que nos iluminam e transformam. E, através da Palavra, conhecermos mais Deus, o seu amor, a obra criadora e redentora, os mistérios da fé, a Pessoa de Jesus, as maravilhas do Espírito, o encanto da Virgem Maria como Senhora da Palavra e nossa Mãe, a graça da Igreja, dos sacramentos, o modo de ser cristão a sério, de ser testemunha de Jesus de Nazaré, sentindo entusiasmo crescente em conhecê-Lo mais e melhor e em dá-Lo a conhecer aos outros como Vida, como Redentor, como Amigo, como Salvador, como Bom Pastor e Bom Samaritano, como nosso tesouro e nossa pérola.

A contínua Boa Nova nas nossas vidas é que o Verbo, a Palavra Se fez carne no seio da Virgem Maria. Deus veio até nós, Ele é o Deus connosco. Por isso, somos convidados a acolhê-Lo e a cantar «aleluias» à Palavra, a nos encantarmos com Ela, a gostar de a digerir como alimento espiritual, a gostar de a partilhar com os outros, a fazer d’Ela um tesouro, uma pérola preciosa, no desejo de ser transformados na Palavra que lemos e rezamos. Encantar-nos com os tesouros inefáveis da Palavra, com os matizes da sua sabedoria, da sua beleza, da sua riqueza, da sua profundidade. Se assim fizermos, tudo em nós será diferente, mais evangélico, mais divino, mais trabalhado pela Palavra que é vida e sabedoria, que é Alguém que nos transforma em Si mesmo. E não cessarão os «aleluias» à Palavra, os hinos de glória e de glorificação.

Dário Pedroso, s.j

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Meditaçao de hoje

«...jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam.» 1 Cor 2, 9

Quem o diz é S. Paulo.
Aquele mesmo judeu observante e militante, a quem chamavam Saulo
que perseguia e prendia cristãos,
até ao dia em que Deus veio ao seu encontro na estrada de Damasco.

Quem melhor para o dizer?
Jamais ele teria imaginado o plano de Deus a seu respeito
que do Saulo perseguidor
faria o Paulo Seu discípulo e “Apóstolo dos gentios”.

Porque Te amo Senhor,
sei que também vieste ao meu encontro
nessa Tua santa teimosia de me quereres para Ti.

O plano que para mim traçaste
passa seguramente pela vida que me dás a viver em cada dia,
não como um tempo que passa,
mas como um caminho que se faz em cada passo,
animado e determinado... por aquela «esperança que não desilude».


Rui Corrêa d'Oliveira, em Oração da Manhã, 18-02-20011, na Rádio Renascença, todos os dias um nadinha antes das 8h

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tu, Senhor, és a minha esperança

Tu, Senhor, és a minha esperança

Hoje, Senhor, trago-te a solidão e o horizonte perturbador de uma sociedade bastante adormecida no imediato, nas aparências e na superfície de valores que todos não nos cansamos de desejar e de querer.
Uns morrem sós… outros são abandonados ainda vivos. Ninguém deseja uma vida assim e no entanto quem nos garante que não será também assim com alguns de nós.
Dá-nos Senhor, a luz do espanto e a coragem da indignação. Ajuda-nos a não nos entregarmos ao banal e à ilusão de que somos diferentes. Que todos aqueles que pressentem a chegada do entardecer experimentem a proximidade de um Deus com quem conviveram e que esteve sempre no seu horizonte.
Que todos possam dizer: «Tu, Senhor, desde a juventude, és a minha esperança. Não me desprezes na velhice, quando já não tiver forças… Agora que estou velho e de cabelos brancos, ó Deus não me abandones… (Sl 70).


Ir. Luísa Almendra, em Oração da Manhã, 14-02-2011, Rádio Renacença, todos os dias um nadinha antes das 8 horas

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Palavra de Deus é Fonte de Vida

Sem a Palavra de Deus a criação pode cair no caos, adverte Cardeal Turkson
O Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Peter Turkson, assinalou que a Palavra de Deus transformou "a criação para convertê-la em um cosmos ordenado e adornado"; e advertiu que sem ela o criado corre o risco de converter-se em caos.

Em sua conferência titulada "Palavra de Deus e compromisso no mundo" pronunciada no dia 9 de Fevereiro no congresso "A Sagrada Escritura na vida da Igreja" organizado pela Conferência Episcopal Espanhola e que se realiza em Madrid, o Cardeal disse que "a Palavra de Deus é fonte e conteúdo do compromisso da Igreja no mundo".

O Cardeal assinalou que logo após a criação, "obra de suas mãos”, Deus sempre esteve comprometido com ela; e é este o sentido da criação como cosmos, que melhor ilustra o poder sustentador de sua palavra na criação. 'Cosmos' descreve o mundo criado como um ordenado e adornado sistema".

"Isso conota beleza e bondade, porque há ordem; e isto é no que a Palavra de Deus transformou o caos da criação. Assim, o caos ante a presença da e com a Palavra de Deus se converte em um cosmos", acrescentou.

Pelo contrário, advertiu, "o cosmos privado da, e sem a Palavra de Deus reverter-se-á em caos. A continuada existência e evolução do cosmos, portanto, deve-se ao poder criador e transformador da Palavra de Deus sempre presente no mundo".

Logo depois de precisar que a Bíblia também revela o intuito divino para a humanidade, o Cardeal disse que "neste sentido, para o mundo seria uma situação crítica e arriscada o facto de estar sem a Palavra de Deus, seja por causa de seus próprios pecados seja pela falta de profetas e sacerdotes".

O Cardeal membro da Cúria, referiu-se ainda ao compromisso de Deus com a salvação de todo o género humano: "Deus revela o amor, a misericórdia, a compaixão e a fidelidade com a qual se compromete com o mundo e a humanidade, enquanto mantém ante o mundo as virtudes da paz, da justiça, da segurança, da fraterna preocupação, a honestidade e a fidelidade, ensinando a cultivá-las", disse.

Como plenitude desta revelação, Deus faz-se homem em Cristo para ser "presença de Deus entre os homens. Assim, em Jesus, a palavra encarnada, a revelação do compromisso de Deus no mundo e para o homem foi expressa como uma presença: a presença de Deus que cura, consola, ensina, apalpa e é apalpada; a presença que expulsa os demónios, perdoa os pecados, e redime ou salva; é a presença que revela o infinito amor paternal de Deus".

"A Palavra de Deus em sua forma preeminente e inspirada, que é a Escritura, e em suas formas derivadas nos ensinamentos da Igreja, constitui a fonte de todas as formas de compromisso da Igreja no mundo", continuou.

Seguidamente o Cardeal recorda as palavras do Papa Bento XVI na encíclica Caritas in veritate sobre o desenvolvimento humano integral, que "reúne muitos recursos da Escritura e de nossa tradição social católica e os coloca à base das cruciais questões sociais dos nossos dias: os inícios do século vinte e um".

"O Santo Padre não prescreve plano ou receita alguma, nem tampouco políticas ou soluções. Em troca, ele recomenda a Palavra de Deus como nossa ferramenta de discernimento", explicou.

Finalmente ressaltou que "o próprio compromisso de Deus com o mundo pela Palavra, tem que ser desenvolvido do melhor modo possível pelo nosso competente e generoso compromisso, com os pobres das tantas pobrezas que devemos combater, nosso compromisso em favor da reconciliação, da justiça e da paz".

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Palavra do Senhor

A Palavra do Senhor

Em comunhão de Igreja, acolhendo a Exortação Apostólica do Papa Bento XVI, queremos que o dossier deste mês seja sobre a «Palavra do Senhor». Palavra de Deus, Palavra que é uma Pessoa, Jesus, o Filho bem-amado. Por isso, o Pai, depois de nos ter dado a Palavra, o Verbo, não tem mais nada a dizer-nos, ou melhor, vai-nos dizendo e falando pelo Filho. Este nos segreda os mistérios, nos ajuda a saborear a vida, os acontecimentos à luz da Palavra. Ele nos faz descobrir sementes da Palavra em todos os escritos, mesmo de outras religiões, nos faz apreciar as coisas à luz da Palavra que Ele é.

A Palavra de Deus é luz dos nossos caminhos e não nos deixa andar nas trevas do erro, da mentira, da falsidade, das idolatrias. A Palavra de Deus é vida e nos faz viver de Deus e para Deus, porque nos ensina que Ele nos ama e vem sempre ao nosso encontro. A Palavra de Deus, como alimento, sacia a nossa fome e sede, alimenta a nossa alma e o nosso coração, fortalece a nossa vontade. A Palavra é como a chuva que só volta a subir depois de produzir em nós frutos de santidade e de vida. A Palavra nos faz felizes, pois encontramos n’Ela o caminho da eternidade e a fonte da alegria verdadeira e duradoira. A Palavra, que não é uma coisa mas uma Pessoa, Jesus Cristo, nos evangeliza por dentro, nos transforma, nos cristifica, nos transfigura. A Palavra é medicina divina, vai curando nossas doenças espirituais, nossos traumas, nossos medos.

O confronto com a Palavra, a sua assimilação, o desejo de a colocar em prática, é o modo seguro de caminhar na santidade, de viver em nós a vida de Deus, de sermos cristãos evangelizados por dentro, de sermos casa construída sobre rocha, capaz de suportar tempestades, vendavais da vida, desgostos, tentações, humilhações, etc., de sermos transparentes de Deus, testemunhos eloquentes da sua vida e do seu amor, de sermos profetas com audácia para desmascarar a injustiça e a mentira, de sermos, pelo dom precioso da Palavra lida, rezada, comida, assimilada, apóstolos convictos e convincentes, de sermos pessoas embebidas de Deus, ensopadas do divino, cuja vida transborda Deus para os outros. Mistério insondável da Palavra, que, sendo vida, nos sacia e inebria, nos transforma, nos faz portadores de Deus e do seu amor.

Precisamos de ter fé na Palavra, nesse dom precioso do Pai. Precisamos de amar a Palavra para a acolher no coração e a fazer vida das nossas vidas. Precisamos de ler e rezar a Palavra, de a conhecer com a sabedoria do Espírito, para que ela germine em nós a contínua primavera do amor, a contínua novidade de Deus, a certeza de que o Espírito faz novas todas as coisas. Homens e mulheres da Palavra para termos no coração o tal fogo que Jesus disse que veio trazer à terra e quer sentir incendiado em nossos corações. Homens e mulheres da Palavra para vivermos a caridade, a verdade, a justiça, para sermos construtores de vida nova, de famílias renovadas, de paróquias que sejam verdadeiras comunidades de vida fraterna.

O Papa escreveu: «que a Bíblia não permaneça uma Palavra do passado, mas uma Palavra viva e eficaz». É um grande desafio ao nosso modo de rezar, de ser cristãos, de ler e amar a Palavra. É um desafio a ter em casa a Bíblia, mas mais ainda a lê-la, a estudá-la, a ter um grupo bíblico que nos ajude a reflectir sobre a Palavra. É um desafio a ler e meditar os textos da Eucaristia diária, ou pelo menos dominical, com o grande desejo de ir comendo a Palavra, os nacos da sabedoria divina que nos iluminam e transformam. E, através da Palavra, conhecermos mais Deus, o seu amor, a obra criadora e redentora, os mistérios da fé, a Pessoa de Jesus, as maravilhas do Espírito, o encanto da Virgem Maria como Senhora da Palavra e nossa Mãe, a graça da Igreja, dos sacramentos, o modo de ser cristão a sério, de ser testemunha de Jesus de Nazaré, sentindo entusiasmo crescente em conhecê-Lo mais e melhor e em dá-Lo a conhecer aos outros como Vida, como Redentor, como Amigo, como Salvador, como Bom Pastor e Bom Samaritano, como nosso tesouro e nossa pérola.

A contínua Boa Nova nas nossas vidas é que o Verbo, a Palavra Se fez carne no seio da Virgem Maria. Deus veio até nós, Ele é o Deus connosco. Por isso, somos convidados a acolhê-Lo e a cantar «aleluias» à Palavra, a nos encantarmos com Ela, a gostar de a digerir como alimento espiritual, a gostar de a partilhar com os outros, a fazer d’Ela um tesouro, uma pérola preciosa, no desejo de ser transformados na Palavra que lemos e rezamos. Encantar-nos com os tesouros inefáveis da Palavra, com os matizes da sua sabedoria, da sua beleza, da sua riqueza, da sua profundidade. Se assim fizermos, tudo em nós será diferente, mais evangélico, mais divino, mais trabalhado pela Palavra que é vida e sabedoria, que é Alguém que nos transforma em Si mesmo. E não cessarão os «aleluias» à Palavra, os hinos de glória e de glorificação.

Dário Pedroso, s.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Quais são os frutos da meditação

Fevereiro de 2011
5. Quais são os frutos da meditação?


O que acontece enquanto meditamos não é relevante. A maior parte do tempo nada acontece, assemelhando-se a uma longa viagem de avião, durante a qual olhamos pela janela e apenas vemos nuvens, nada mais do que nuvens e um céu azul.

Porém, podemo-nos deparar com momentos de turbulência, nos quais devemos apertar bem o cinto e confiar plenamente no piloto.

Em certos momentos, admiramos o maravilhoso nascer do dia, o esplêndido pôr-do-sol ou então um jogo de luzes resplandecentes. Mas o que importa é que voamos de uma forma segura em direcção ao nosso destino. Por muito magnífica, tempestuosa ou desinteressante que seja a viagem, nunca pediremos ao piloto para cortar o contacto.

À medida que a prática de meditação se regulariza, apercebemo-nos de que esses momentos do quotidiano têm uma grande influência no equilíbrio e na calma do nosso dia. Se por alguma razão falharmos a um momento de meditação, sentiremos a falta de algo essencial.

Mesmo que o tempo de meditação esteja repleto de turbulências, de distracções ou mesmo que absolutamente nada suceda, esse momento será o mais importante do dia.

É ao longo da nossa vida quotidiana, particularmente nas nossas relações interpessoais que descobriremos as consequências da meditação. A tomada de consciência desta alteração interior não será nem rápida, nem muito notória. Aqueles com quem vivemos e trabalhamos é que se irão aperceber.

Esta mudança está mais bem descrita por aquilo que São Paulo chamou: “os frutos do Espírito (Gl 5, 22): “Amor, alegria, paz, paciência, benevolência, bondade, fidelidade, doçura e domínio de si próprio”.

Pense em cada uma destas qualidades relativamente à sua própria personalidade. Sabe melhor do que qualquer outra pessoa, menos o Espírito Santo, aquela que não possui.

Repare que o Amor, “o dom último”, se situa acima de todos os outros. Na sua esteira, nós encontramos uma nova alegria de viver, mesmo nos momentos de grande agitação e de sofrimento.

A alegria é mais profunda do que o prazer. Descobrimo-la num gosto totalmente novo pelas coisas simples e naturais da vida.

A paz é o dom que Jesus nos concedeu pelo seu Espírito. É a energia da sua própria e profunda harmonia consigo mesmo, com o Pai e com toda a criação.

A paciência é o remédio para os nossos acessos de irritabilidade e intolerância e para todos os meios de que nos servimos para controlar e possuir os outros.

A benevolência é o dom de tratar os outros como gostaríamos de que eles nos tratassem a nós.

A bondade não é “nossa”, mas nós somos essencialmente bons. A nossa natureza humana é divina porque fomos criados por Deus e porque Deus vive em nós.

A fidelidade é um dom que vem pela disciplina quotidiana da meditação e da recitação do mantra. Para que qualquer relação seja totalmente humana e repleta de amor, há que aprofundá-la por meio da fidelidade.

A doçura é a prática da não-violência, tanto em relação aos outros como em relação a nós mesmos.

O domínio de si próprio é indispensável se pretendemos desfrutar da vida em liberdade de Espírito. Nele reside o fruto do equilíbrio da meditação, o fiel da balança entre os extremos.

“Os pecadores tornam-se os melhores contemplativos”, segundo “A Nuvem do Não-Saber”. Isto encontra-se no centro do Evangelho e da vida. Jesus veio chamar os pecadores e não os justos. Os frutos do Espírito crescem progressivamente em nós quando nos começamos a voltar para o poder do amor, no centro do nosso ser.

A fonte do nosso ser é também a fonte que nos cura e que nos unifica. Estar unificado, é ser santo. Na meditação, somos santificados porque somos curados