segunda-feira, 25 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Cristo Ressuscitou.. ALELUIA

Hoje e nos próximos 50 dias vamos escutar muitas vezes estas exclamções de alegria: Aleluia! Ressuscitou! Que significa afirmar com tanta convicção que Jesus ressuscitou? Ressuscitar é vencer a barreira da morte e de tudo o que ela significa (mentira, pecado, sofrimento...), viver uma vida qualitativamente superior. É passar com decisão a linha separa o plano de Deus do plano do mundo. Por isso, para nós, anunciar que Jesus está vivo implica que cada um experimente esta vida nova cheia de alegria e entusiasmo que só o Ressuscitado pode dar. A vitória de Jesus sobre a morte e o poder das trevas dá-nos razões para acreditar e renovar a esperança. Não deixemos cair os braços diante das crises, dos cenários pintados de negro que temos à nossa frente. Tudo isto é passageiro e será vencido com Cristo vencedor. Passemos juntos para as outras margens da vida e assim ressuscitaremos cada dia com Cristo!
Aleluia, ou seja, louvai o Senhor

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Santa Páscoa

Que esta Páscoa possa ser «passagem» para todos: do pecado à graça, do egoísmo ao amor, duma vida tíbia a uma vida mais orante e fervorosa, de situações de mais sofrimento, cansaço, desencanto, etc., à esperança que o Ressuscitado quer ser em nós.
Que todos possam viver, na alegria e na paz, a Ressurreição de Jesus Cristo. Que os mais doentes e mais idosos, os desempregados e os que sentem a dor da vida, da cruz mais pesada, possam renascer na esperança de uma vida nova no Senhor que ressuscitou e quer ser vida das nossas vidas.
Que nada nem ninguém nos faça desanimar, perder a fé, desalentar, pois Jesus está Vivo e presente em nós, na Igreja, na Eucaristia, na Palavra, nos Irmãos, na vida quotidiana.
Saibamos todos, caros leitores e leitoras destas linhas simples e cordiais, viver os verdadeiros «folares da Páscoa», pois Jesus, ao ressuscitar, nos dá o Pai para nosso Pai, nos envia o Espírito, faz nascer a Igreja, nos alegra e convida a entrar em seu Coração aberto, nos deixa o poder do perdão, nos convida a todos a viver a alegria e a paz que vêm d'Ele, o Senhor ressuscitado.

Boas Festas a todos. Páscoa Feliz para todos. Santidade e alegria para todos.


Dário Pedroso, S.J.
Secretário Nacional do Apostolado da Oração

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Mundo à Nossa Volta

Mistério Pascal: Revelação do Amor


Dário Pedroso, s.j.

Estamos a chegar à celebração dos mistérios pascais. Muitos cristãos, pelo que vemos e ouvimos, parecem ter perdido o verdadeiro sentido das festas pascais. O mundo à nossa volta não nos ajuda a preparar bem e a celebrar com encanto, paixão e verdadeira alegria os mistérios do Senhor, o seu Mistério Pascal. Precisamos de parar, de ouvir, de reflectir, de rezar, de nos prepararmos mais proximamente para celebrar o Amor. Muitos andarão preocupados com festas, com toilettes, com passeios, com banquetes familiares, com tanta coisa que o mundo à nossa volta nos atira aos olhos, como poeira que nos impede de ver e viver o amor louco de Jesus Cristo. Talvez outros, porque em tempos difíceis de crise, de desemprego, de falta de dinheiro, de paz, de consolação, também tenham dificuldade em celebrar o amor pascal. Vamos reflectir para melhor rezar e viver.

Toda a Vida do Verbo Encarnado, de Jesus de Nazaré, foi manifestação do amor trinitário, ou seja, do Amor que Deus é. O Verbo veio manifestar esse amor, veio vivê-Lo no meio de nós, é o Amor encarnado, vivido, assumido até às últimas consequências, mas o Tríduo Pascal coloca diante de nós, dum modo mais evidente, a revelação desse amor. Deus é Amor (cf. 1 Jo 4, 8), e o mistério pascal é a mais solene e rica revelação desse amor, numa trilogia enriquecida pelos momentos mais significativos da experiência pascal de Jesus.

Amor eucarístico de Quinta-Feira Santa, amor em que Jesus lava os pés com a humildade de escravo, em que institui a Eucaristia como sacramento de amor, em que institui o sacramento da Ordem para que homens possam perpetuar a sua oferta e os outros sacramentos, em que Se dá a nós na entrega mais generosa e mais total, como Sacerdote e Vítima, em que faz a bela e longa Oração sacerdotal que S. João coloca no capítulo 17 do seu Evangelho. Amor eucarístico que prova a eloquência da dádiva do novo Cordeiro pascal que Se entrega para ser nosso alimento, em que Jesus quer ficar connosco no sacramento da Eucaristia, em que há a oração pela unidade de todos, com Ele, por Ele e n’Ele. Amor eucarístico em que o Bom Pastor Se dá em alimento às suas ovelhas, em que o Pão Vivo se torna manjar celeste, em que homens são investidos do poder sacerdotal. Que maravilhoso dia, o de Quinta-Feira Santa! Que manifestação tão bela do amor de Jesus Eucaristia e de Jesus Sacerdote! Temos que aprender com Ele a amar e a servir, a viver gestos de lava-pés e a ser Eucaristia viva para nos darmos sempre mais aos outros. A Eucaristia é escola de amor, de dom, de serviço, de entrega. E são estas atitudes que nos faltam muito cada dia da nossa vida. Precisamos de amar, de amar mais, de aprender sempre a arte de um novo amor. É o que o mundo à nossa volta mais necessita.

Amor crucificado de Sexta-Feira Santa, em que a vítima Se oferece em holocausto na Cruz, em que se dá a maior prova de amor, a morte pelos amigos, em que o Cordeiro que tira o pecado do mundo Se deixa matar para nos remir e salvar, em que a misericórdia se torna operante, perdoando, remindo e fica perpetuada com a palavra «Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem». Amor crucificado em que o Cordeiro Imaculado Se oferece pela salvação de todos, em que o Bom Pastor vai até ao extremo do dom da vida, em que a oferta é feita em pleno holocausto. Amor crucificado simbolizado no Coração aberto, para provar a «loucura» apaixonada do nosso Deus, em que todos somos aspergidos pelo sangue redentor, em que Jesus estabelece o Reino, em que a Igreja sai do seu lado aberto no símbolo da água e do sangue, os sacramentos do Baptismo e da Eucaristia. Amor crucificado em que Jesus continua a ter sede de nós, da nossa amizade, do nosso amor, da nossa entrega generosa e fiel. Amor crucificado que nos quer ajudar a assumir o sacrifício e a dor, ajudar a sermos uma oferta permanente para que o mundo à nossa volta sofra menos e tenha a vida de Deus em abundância, tenha mais pão, mais amor, mais paz, mais justiça.

Amor ressuscitado de Domingo de Páscoa, continuado em todo o tempo pascal, em que a paz e alegria invadem o coração e vida dos cristãos, começando pelos apóstolos, em que lhes é dado o poder de perdoar e a primeira efusão do Espírito, em que Jesus nos envia em missão, para ser no mundo suas testemunhas. Amor ressuscitado em que nos é dito que Deus é nosso Pai e que somos irmãos de Jesus, em que se gera a fraternidade universal e a comunhão de irmãos, em que o Cristo Pascal nos introduz na comunhão trinitária. Amor ressuscitado em que a Igreja é consolidada pela força do Espírito, em que Jesus nos convida, como a Tomé, a entrar em seu Coração aberto, em que somos enviados pelo mundo inteiro a baptizar, a anunciar o amor, a fazer discípulos. Amor ressuscitado em que Jesus, doravante, fica presente e actuante na Igreja, na Palavra, na Eucaristia, em nós, em todos, sobretudo nos mais pobres e nos que sofrem (cf. Mt 25, 31 e seg.). Que maravilha nos oferece o amor Ressuscitado! E esse Senhor continua presente em nós, sempre vivo para ser nossa paz, nossa força, nossa esperança, como o mundo à nossa volta necessita.

Trilogia do amor, amor-perfeito com três pétalas: eucarístico, crucificado, ressuscitado. O mistério pascal torna-se a revelação mais esplendorosa do amor. Viver o mistério pascal é entrar neste circuito divino do amor. Vamos vivê-lo mais a sério, com mais oração, mais partilha com os outros, mais desejo de sermos testemunhos vivos do amor

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Catequese do 5º Domingo da Quaresma

Sé Patriarcal, 10 de Abril de 2011 Introdução 1. Para aceitarmos e tomarmos a sério o desafio de João Paulo II e de Bento XVI de nos lançarmos numa “nova evangelização” ou uma “evangelização renovada”, é essencial aprofundar o sentido de missão. É tarefa de toda a Igreja e de cada membro da Igreja. A missão é realização do desígnio de Deus acerca da humanidade. Para nós cristãos é continuar a obra de Jesus Cristo. A sua missão é perene e definitiva. Nós participamos dela, sinal da nossa íntima união com Ele. Partilhar a vida com Ele é participar na sua missão de edificar, na sociedade de cada, tempo o Reino de Deus, até que Ele venha. Na Sagrada Escritura ao dinamismo da missão aparecem ligados a escolha e o chamamento por Deus (a vocação) e o envio. Deus escolhe e chama aqueles que quer enviar. Mas é, no contexto da missão, no seu fazer-se no meio dos homens, que a escolha e o envio ganham sentido. A vocação especifica-se e esclarece-se na missão. Guiados pela Palavra de Deus e da Igreja 2. Também na compreensão da missão, da sua natureza e dos seus caminhos, a Palavra de Deus é o guia seguro. Antes de mais, a Palavra revela-nos como o plano a realizar e a anunciar é o desígnio de Deus. Todos os enviados são mensageiros para realizarem no meio dos homens esse plano divino da salvação. Isso já é claro no Antigo Testamento, sobretudo nos Profetas. Deus envia a sua Palavra para que ela execute, na história dos homens, o seu plano e a sua vontade (cf. Is. 55,11). Para nós cristãos, é a Palavra que nos mostra Jesus Cristo como o grande enviado, para realizar o plano divino da salvação. Ele apresenta-se aos homens como o enviado de Deus (cf. Lc. 4,17-21). Ele veio salvar o que estava perdido (cf. Lc. 19,10). Todos os aspectos da obra redentora de Jesus Cristo estão ligados à missão que recebeu do Pai. Ele veio para fazer a sua vontade, “a vontade d’Aquele que O enviou” (cf. Jo. 4,34; 6,38ss). A sua missão é perene e definitiva. Ele é o anunciado e o anunciador. Depois d’Ele, todos os enviados são enviados por Ele, com a força do Espírito, para continuarem a realizar, em união com Ele, a missão que recebeu do Pai. Esse é um aspecto que devemos continuamente descobrir e aprofundar na Palavra de Deus: a missão não é nova, a força da sua eficácia não está em nós. Unidos a Cristo pelo baptismo, participamos da totalidade da pessoa de Jesus Cristo, como também da sua missão, e a força da sua eficácia recebemo-la d’Ele e do Espírito Santo. Só a Palavra de Deus nos ajudará a não cair em visões sociológicas e imanentes da missão. A Exortação Apostólica sobre a Palavra de Deus, orienta-nos nesse sentido: “A missão da Igreja não pode ser considerada como realidade facultativa ou suplementar da vida eclesial. Trata-se de deixar que o Espírito Santo nos assimile a Cristo, participando assim na sua própria missão: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo. 20,21), de modo a comunicar a Palavra com a vida inteira. É a própria Palavra que nos impele para os irmãos; é a Palavra que ilumina, purifica, converte; nós somos apenas servidores. Por isso, é necessário descobrir cada vez mais a urgência e a beleza de anunciar a Palavra, para a vinda do Reino de Deus, que o próprio Cristo pregou. Neste sentido, renovamos a consciência – tão familiar aos Padres da Igreja – de que o anúncio da Palavra tem como conteúdo o Reino de Deus (cf. Mc. 1,14-15), sendo este a própria pessoa de Jesus”[1]. Quem é que o Senhor envia 3. No Novo Testamento são postos em relevo aqueles que o Senhor escolheu para a missão, para realizarem com Ele a mesma missão. Sobressaem, entre esses escolhidos e enviados, os doze Apóstolos. Mas há outros enviados. De uma só vez 72 discípulos (cf. Lc. 9,1). O sentido desse envio é claro na intenção de Jesus: “Quem vos escuta, escuta-me a Mim, quem vos rejeitar, rejeita-me a Mim e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou” (Lc. 10,16). “Quem vos recebe recebe-me a Mim e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou” (Jo. 13,20). Há uma identificação entre a missão de Jesus e a daqueles que Ele envia. A missão é a mesma, é só uma, recebida de Deus Pai. Com a Páscoa e o Pentecostes surge uma realidade nova: aqueles que se uniram a Cristo ressuscitado pelo baptismo, a quem Ele comunicou o Espírito Santo, tornando-se um “nós”, o Povo do Senhor, a sua Igreja, realização definitiva do Povo escolhido, com quem Deus celebrou a última e definitiva Aliança, no Sangue de Cristo. A identidade entre Cristo e a Igreja é total, a comunhão entre eles é profunda. Cristo ama a Igreja como um esposo ama a sua esposa. Assim, desde o início, surge uma consciência colectiva da Igreja. Quem Deus envia é a sua Igreja; é esta que recebe do seu Senhor a missão de prolongar no tempo a sua própria missão. Os escolhidos e enviados não são apenas alguns mas todos pelo próprio facto de pertencer à Igreja. A consciência desta missão é aspecto importante da própria consciência de pertença à Igreja. Ouçamos, a este propósito, a mais recente Palavra da Igreja: “Uma vez que todo o Povo de Deus é um povo «enviado», o Sínodo reafirmou que «a missão de anunciar a Palavra de Deus é dever de todos os discípulos de Jesus Cristo, em consequência do seu baptismo». Nenhuma pessoa que crê em Cristo pode sentir-se alheia a esta responsabilidade que deriva do facto de ela pertencer sacramentalmente ao Corpo de Cristo. Esta consciência deve ser despertada em cada família, paróquia, comunidade, associação e movimento eclesial. Portanto, toda a Igreja, enquanto mistério de comunhão, é missionária, e cada um, no seu próprio estado de vida, é chamado a dar uma contribuição incisiva para o anúncio cristão”[2]. Esta consciência de que cada cristão é enviado e participa da responsabilidade pela missão da Igreja é decisiva para um novo dinamismo de evangelização. O âmbito da missão 4. Para todos se empenharem na realização actual da missão de Cristo e da Igreja, é preciso ter consciência do âmbito da missão, das realidades humanas que desafiam o anúncio da boa-nova do Reino de Deus. Ouçamos, mais uma vez, como a Exortação Apostólica nos apresenta este âmbito da missão: “O Senhor oferece a salvação aos homens de cada época. Todos nos damos conta de quão necessário é que a luz de Cristo ilumine cada âmbito da humanidade: a família, a escola, a cultura, o trabalho, o tempo livre e os outros sectores da vida social. Não se trata de anunciar uma palavra anestesiante, mas desinstaladora, que chama à conversão, que torna acessível o encontro com Ele, através do qual floresce uma humanidade nova”[3]. A missão, nos nossos dias, não pode ser vista apenas no seu aspecto marcadamente eclesiástico. Toda a realidade humana, em que os cristãos estão inseridos como pessoas, os desafia a um testemunho de vida que cria rupturas, inquietações e abre janelas para uma outra perspectiva da vida. Esse é o âmbito privilegiado da nova evangelização, em que os cristãos, homens no meio dos outros homens, são chamados a ser, no ardor da sua vivência cristã, uma luz que é a luz de Cristo. Nesta visão da missão, a Igreja descobre-se continuamente como enviada ao mundo, atitude que marcará a sua maneira de olhar e julgar a sociedade dos homens. Desde o Concílio Vaticano II que o sentir-se enviada ao mundo decidirá da maneira como a Igreja está no mundo. Mas esta perspectiva não anula a consciência de que a Igreja, na sua realidade interna, é um espaço de evangelização. Para ser fiel à sua missão, a Igreja precisa de ser continuamente evangelizada[4]. 5. Esta consciência da missão da Igreja também não anula, nem relativiza, a missão concreta de cada cristão, que pode corresponder a uma vocação específica. O âmbito da missão é de tal modo alargado, abarcando toda a realidade humana do mundo contemporâneo, que é natural e necessário que cada cristão se sinta chamado e enviado a empenhar-se na realização de aspectos concretos da missão. E alguns há que estão bastante a descoberto nas nossas sociedades contemporâneas. Para que este “particularismo” da missão seja autêntico, exigem-se duas atitudes: que cada missão particular esteja aberta à universalidade da missão, e que cada um considere a sua missão particular como fazendo parte da missão da Igreja. Esta é o horizonte, que define os limites da autonomia na consideração da missão pessoal de cada um de nós. Vocação e missão 6. Deus chama aqueles que escolheu para enviar. São Paulo resume bem esta situação: aqueles que escolheu, chamou-os e consagrou-os; a esses Ele enviou-os. No Antigo Testamento e durante a vida pública de Jesus, ressalta a densidade das escolhas pessoais, dos profetas, dos apóstolos, de Paulo na estrada de Damasco. Só Deus sabe porque escolheu uma pessoa. Mas uma coisa é clara: escolhe para enviar em missão, a realizar o seu desígnio. Algumas destas vocações revestem-se de uma certa dramaticidade: as pessoas sentem que a sua vida mudou. Os Apóstolos deixam tudo para seguir Jesus. A Igreja percebeu, desde o início, que ser cristão é uma vocação. Desaparece a dramaticidade da interpelação pessoal, permanece a densidade de seguir Jesus Cristo, em tudo e com todas as consequências. Aderir à fé é considerado um autêntico chamamento. É nesse sentido que Paulo recorda aos Coríntios: “Considerai o vosso chamamento” (1Co. 1,26). A vida cristã é uma vocação porque é um chamamento do Espírito Santo; Ele suscita a resposta a esse chamamento: a fidelidade filial. A Igreja reconhece-se como a comunidade dos que foram chamados. A palavra grega com que se diz Igreja, significa, na sua raiz, que a Igreja é a “eleita”, “a escolhida”, e a “chamada”. É porque ela deve escutar a voz do esposo e responder-lhe: “Vem, Senhor Jesus” (Apc. 22,20). Mas já Paulo reconhece que no interior desta comum vocação “há diversidade de dons, de ministérios, de operações”. Mas na diversidade de carismas, há um só Corpo e um só Espírito (cf. 1Co. 12,4-13). Esta é a novidade cristã: as interpelações feitas pelo Espírito a cada um adquirem a densidade de uma vocação, se exprimirem a vocação de toda a Igreja, porque é ela a principal “chamada” e a continuamente enviada. A concretização deste dinamismo acaba por fazer descobrir a Igreja, não apenas como a que é chamada e enviada, mas como a que chama e envia. As “moções” pessoais do Espírito precisam de ser discernidas, na sua autenticidade, pela Igreja e só se tornam realmente vocação quando a Igreja chama. A Igreja pode chamar e enviar mesmo quando as pessoas não sentirem interiormente essa sugestão de Deus. Quando a Igreja as chama para a missão, são interpeladas a mudar a sua vida, os seus projectos de vida, para poder responder ao chamamento. A voz da Igreja que chama e envia, é equivalente à voz de Deus que chamou os profetas, à Palavra de Jesus que chamou os Apóstolos. A Igreja é, verdadeiramente, o lugar da vocação e da missão. As missões fundadoras da Igreja missão 7. Quero terminar esta Catequese sobre a vocação e a missão, recordando que há vocações e missões fundadoras e inspiradoras de toda a missão da Igreja. Antes de mais, a de Jesus Cristo, que tem uma consciência clara da sua missão: “O Pai consagrou-Me e enviou-Me ao mundo” (Jo. 10,16). No caso de Cristo, o Novo Testamento nunca fala de vocação. Não há um momento em que Deus O chama. A sua missão tem origem no seio do mistério de Deus, de Quem Ele é o Filho. A decisão do Pai não é chamá-l’O, mas sim enviá-l’O. Depois, a de Maria. Neste caso há chamamento e missão. A visita de Gabriel, mensageiro de Deus, é um chamamento a que Maria responde, aceitando a missão: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”. Aceita na obediência e na alegria: “A minha alma exulta…”. Ela é, para a Igreja, o modelo de aceitação da missão, na alegria[5]. A vocação e missão dos Apóstolos. Escolhidos um a um por Jesus, a sua resposta vai sendo dada à medida que vivem a missão de Jesus. Tornaram-se assim constitutivos e garantias da fecundidade da missão de Cristo, para a Igreja e para o mundo. O ministério apostólico é uma missão especialíssima, no conjunto da Igreja missão. A sua fecundidade é garantia da nossa autenticidade cristã. † JOSÉ, Cardeal-Patriarca

sábado, 9 de abril de 2011

Catequeses Quaresmais

4º Domingo da Quaresma - A Santidade 1. Nas catequeses anteriores meditámos naquilo que Cristo, que ama a Igreja com amor de Esposo, espera dela. Ele é a Palavra de Deus, fala-lhe ao coração, espera que a Igreja O escute e entre em diálogo de comunhão. Com ela, seu Povo, celebrou a nova e definitiva Aliança; espera dela a fidelidade a essa nova Aliança, renovada em cada Eucaristia. Todas as concretizações da escuta da Palavra e da fidelidade à Aliança, se reúnem e resumem no grande desafio da vida cristã: a santidade. O Santo Padre Bento XVI recordou-nos, em texto que já citámos, que a fé cristã não é, sobretudo, uma doutrina ou uma moral, mas o encontro com uma Pessoa, Jesus Cristo e, por Ele, com a Santíssima Trindade. E na Exortação Apostólica confirmou: “de facto a vida cristã caracteriza-se essencialmente pelo encontro com Jesus Cristo que nos chama a segui-l’O” [1]. É, pois, no aprofundamento deste encontro pessoal com Jesus Cristo ressuscitado e, por Ele, com o Pai, no Espírito Santo, que se situa esta possibilidade, que é o maior desafio da nossa vida, o de sermos santos. Não basta conhecer toda a doutrina ou cumprirmos todas as prescrições morais para sermos santos. Ser santo é mergulhar em Deus e, por amor, procurar conhecê-l’O e fazer a sua vontade: seja feita a tua vontade, na terra como no céu. Só Deus é Santo 2. Santo é o nome de Deus (cf. Sl. 33,21; Am. 2,7). Yahwé, o nome de Deus revelado a Moisés, é substituído por “Santo”; são sinónimos (cf. Sl. 71,22; Is. 5,24). Se é o nome de Deus é muito mais do que um atributo de Deus. Significa e anuncia aquilo que Deus é, o seu mistério, a plenitude da vida, o seu poder e a sua bondade. O seu amor de misericórdia é anúncio importante da santidade de Deus. O Profeta Oseias afirma: “Como poderia eu abandonar-te Efraim? (…) O meu coração salta no meu peito, as minhas entranhas comovem-se dentro de mim. Não me deixarei levar pelo ardor da minha ira, não vou destruir Efraim. Eu sou Deus e não um homem. Eu sou o Santo no meio de ti” (Os. 11,8-9). Tocar o seu amor de misericórdia é o mais profundo contacto que o homem pode ter com a santidade de Deus. É o início da revelação do seu mistério. O pecado, a dureza do coração, tornam o homem insensível a este mistério da santidade divina, acabam por impedir o conhecimento de Deus, porventura levam à sua negação. Se Deus quer ser conhecido nesse seu mistério de santidade, a redenção do homem é necessária e urgente. O homem precisa de um coração novo para ao menos pressentir a beleza de Deus, o Santo. Esta redenção que vai tornar o homem capaz de participar na santidade de Deus é realizada por Jesus Cristo, Deus e Homem. Como Filho de Deus, Ele é Santo; como Homem, é o primeiro descendente de Adão a penetrar e a participar na santidade de Deus. Ao ser concebido no seio de Maria, o Anjo anuncia-lhe que o Menino que vai nascer será Santo e chamar-se-á Filho de Deus (cf. Lc. 1,35). Na sua fidelidade de servo conquistou para os homens seus irmãos a vida e, por isso, Deus O exaltou e Lhe deu um Nome que está acima de todos os nomes (cf. Fil. 2,9). O mesmo Apóstolo Paulo afirma que Ele ressuscitou segundo o Espírito de Santidade (cf. Rom. 1,4). A santidade do Homem Jesus é diferente da de qualquer “justo” do Antigo Testamento. Ele é Santo porque é Deus. N’Ele, tocamos a mesma força espiritual, a mesma profundidade misteriosa. Do seu coração humano brota em pleno o amor misericordioso de Deus. Jesus revela [3] aos seus a majestade da santidade divina. “Eu consagro-me por eles, a fim de que também eles sejam santificados na verdade” (Jo. 17,19). O Deus Santo e a santidade dos homens 3. Ao longo da História da Salvação, várias vezes surge a questão: quer Deus comunicar a sua santidade aos homens que criou? Desejam os homens ser santos como Deus é Santo? Da parte de Deus vai-se tornando claro, antes de mais, que é desejo de Deus que os homens, sobretudo o seu Povo escolhido, reconheça a santidade de Deus. Isso corresponde à obrigação de O louvar, de reconhecer a sua glória. Por outro lado, vai-se tomando consciência de que tudo o que Deus toca fica santificado. Quando Deus se revelou a Moisés no fogo da sarça ardente e Moisés se aproximava para ver o fenómeno, ouviu a voz de Deus: “Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque é santa a terra que pisas” (Ex. 3,5). O que Deus toca, fica santo. Por isso o Povo chamará santo a todas as realidades que entram em contacto com Deus: o templo onde Deus habita, sobretudo o “Santo dos Santos”, os objectos do culto, os sacerdotes. Mas é sobretudo quando Deus toca o interior do homem com a sua Palavra, que o homem se torna santo. É o caso dos Profetas: porque foram tocados pela Palavra de Deus, participam da santidade de Deus e podem falar em nome de Deus. Mas, apesar desta notícia de que a santidade de Deus pode tocar os homens, durante todo o Antigo Testamento permanece a ideia da transcendência misteriosa da santidade de Deus. Há uma certa contradição entre a convicção de que quem tocar o Deus Santo morrerá, e o convite que Deus dirige ao seu Povo para que participe da santidade de Deus: “Sede santos porque Eu, Yahwé, sou Santo” (Lev. 19,2; 20,26). Este paradoxo só se resolve em Jesus Cristo, Filho de Deus feito Homem, o Santo como Deus é Santo. A Virgem Maria depois de conceber, por acção do Espírito Santo, louva o Senhor e toca, nela, uma verdade tantas vezes rezada e proclamada pelos profetas: “O Todo-poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu Nome” (Lc. 1,49). Mais uma vez a convicção de que só o que Deus toca se torna santo e que podem participar na santidade de Deus aqueles que se deixam tocar por Deus. E aqui encontramo-nos com a grande novidade cristã: os que se unem a Cristo ressuscitado, pela fé e pelo baptismo, não são apenas tocados por Cristo, todo o seu ser se une ao de Cristo, são um com Cristo, são “o corpo de Cristo”. O dom do Espírito Santo, no Pentecostes, representa a grande viragem, a grande “passagem”. Unidos a Cristo, os cristãos tornam-se “templos do Espírito Santo” (cf. 1Co. 6,11). Os cristãos participam do ser de Deus, em Cristo ressuscitado, pela fé e pelo baptismo, que os unge com a “unção que vem do Santo” (cf. 1Co. 1,30; Efs. 5,26). Continua a ser verdade que só Deus pode fazer os homens participar da sua santidade e vencer neles os obstáculos do pecado, que os impedia de serem santos como Deus é Santo. Os caminhos da santidade 4. Vencido esse obstáculo radical, pela redenção de Jesus Cristo, resta ao cristão o longo caminho da sua vida para viver em santidade, porque só no Céu serão definitivamente santos como Deus é santo. É a vida concebida como caminhada de fidelidade, na santidade. Vencido radicalmente o pecado, em Jesus Cristo, sabemos que as suas raízes permanecem em nós, numa luta entre a graça da Páscoa e a força do pecado. A santidade não pode ser só obra de Deus em nós, aceite de forma passiva; tem de ser busca e opção da nossa liberdade. Só podemos ser santos, porque Cristo é Santo, nos comunica o seu Espírito Santo e nos santificou; mas temos de querer ser santos, lutar por isso com as armas que Deus põe ao nosso dispor. A nossa caminhada de santidade é uma batalha que ainda convive com o pecado, que nós podemos vencer, com a força de Deus. Desde sempre, a Igreja acreditou que ela, corpo de Cristo, é santa, porque dela fazem parte Cristo e o Espírito Santo. Mas essa santidade da Igreja não era sempre evidente, era afirmação de fé: “Creio que a Igreja é santa”, faz parte de todas as antigas profissões de fé. Depende da nossa fidelidade cristã que essa santidade radical da Igreja seja visível, possa ser testemunhada perante o mundo. 5. Continua a ser verdade que só é santo quem Deus toca, quem se deixa trabalhar pela acção de Deus. Antes de mais, pela sua Palavra. Cristo, em todo o seu mistério, é Palavra viva de Deus. Temos de descobrir continuamente a relação entre a escuta da Palavra de Deus e a santidade. É pela sua Palavra que Deus toca o coração do homem. Por isso, sempre que o cristão a acolhe, participa da santidade divina. Esta dimensão aparece continuamente na liturgia: “Se ouvirmos a voz do Senhor, entraremos no lugar do seu repouso”. Como já vimos noutra Catequese, toda a palavra, todos os meios que a Igreja tem de nos fazer ouvir a voz do Senhor, resumem sempre Cristo Palavra. Deus fala-nos sempre pelo seu Filho Jesus Cristo, o Verbo eterno. Daí a importância decisiva da intimidade com Jesus Cristo para crescermos em santidade. A Exortação Apostólica Post-Sinodal acentua a relação entre a Palavra de Deus e a santidade: “A santidade relacionada com a Palavra de Deus inscreve-se, de certo modo, na tradição profética, na qual a Palavra de Deus se serve da própria vida do profeta. Neste sentido, a santidade na Igreja representa uma hermenêutica da Escritura da qual ninguém pode prescindir. O Espírito Santo que inspirou os autores sagrados é o mesmo que anima os Santos a darem a vida pelo Evangelho. Entrar na sua escola constitui um caminho seguro para efectuar uma hermenêutica viva e eficaz da Palavra de Deus” [2]. 6. A eficácia da Palavra de Deus, tantas vezes anunciada pelos profetas, continua a acontecer na Igreja através da acção sacramental. A presença da Palavra de Deus na Liturgia é decisiva. Ela constitui o âmbito privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida. Aí, Deus fala hoje ao seu Povo que escuta e responde3. Na Liturgia, “a Palavra de Deus permanece viva e eficaz pela força do Espírito Santo, e manifesta aquele amor operante do Pai que não cessa jamais de agir em favor de todos os homens. De facto, a Igreja sempre mostrou ter consciência de que, na acção litúrgica, a Palavra de Deus é acompanhada pela acção íntima do Espírito Santo que a torna operante no coração dos fiéis” [4]. A acção sacramental é, hoje, o principal caminho pelo qual Deus continua a santificar a sua Igreja. Devemos descobrir, em silêncio, a conexão entre o que Deus nos diz e o que faz em nós. A santidade e o amor 7. Ser tocado pelo Deus Santo é mergulhar no amor que Ele é. Deus é amor; ser santo é ser amor. “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, é o mandamento novo. É para que aconteça na nossa vida esta explosão do amor, que o Espírito Santo, o Espírito do amor divino, nos foi e continua a ser dado. A santidade é um caminho de cumplicidade com o Espírito Santo. Aprendemos no Catecismo que toda a Lei, portanto toda a moral, se resume ao mandamento do amor: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. “Ama e faz o que quiseres”, ensinava Santo Agostinho. A santidade cristã é uma fidelidade aos mandamentos, ou seja, ao mandamento do amor. O cristão não se salva porque cumpre uma lei, mas porque unido a Jesus Cristo, mergulha no amor. Todo o bem moral é expressão do amor, a Deus e ao próximo. Este ardor do amor incendeia-se em Jesus Cristo e alimenta-se na Palavra de Deus. Neste caminho somos confirmados pelo testemunho dos santos, que perceberam a Palavra de Deus no amor e beberam nela o desejo de amar ainda mais. Como diz a Exortação Apostólica, “a interpretação mais profunda da Escritura provém precisamente daqueles que se deixaram plasmar pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação assídua” [5]. “Cada santo constitui uma espécie de raio de luz que brota da Palavra de Deus”. Citemos apenas o exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus. Dizia ela: “Apenas lanço o olhar sobre o Evangelho, imediatamente respiro os perfumes da vida de Jesus e sei para onde correr” [6]. É esta a voragem do amor que Deus suscita em nós sempre que nos toca com a sua Palavra que é o “novo ardor” para uma nova evangelização. Sé Patriarcal, 2 de Abril de 2011 D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca

A Igreja de hoje não precisa de "cristãos em tempo parcial", mas sim de cristãos em tempo integral!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Depois da beatificação, Bento XVI e os fiéis poderão venerar restos de João Paulo II

VATICANO, 05 Abr. 11 / 02:31 pm (ACI) Esta manhã o Escritório de Imprensa da Santa Sé apresentou o programa dos três dias da beatificação do Papa João Paulo II, cujo dia central será o domingo 1º de maio no qual Karol Wojtyla será elevado aos altares. Na apresentação, o Vigário do Papa para a diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, detalhou o programa para os três dias de celebração que começarão no sábado 30 de abril com uma Vigília de Oração no Circo Massimo. A celebração estará dividida em duas partes. A primeira dedicada à lembrança das palavras e os gestos do Papa João Paulo II. Logo em seguida haverá uma solene procissão na que se entronizará a imagem de Maria, Salus Populi Romani, acompanhada por representantes de todas as paróquias e capelanias diocesanas. Durante o ato alguns colaboradores do novo beato, como o Cardeal Stanislaw Dziwisz, que foi seu secretário, e Joaquín Navarro-Valls, ex-diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sede farão um breve discurso. Também participará a Irmã Marie Simon-Pierre, cuja milagrosa cura abriu o caminho para a beatificação. Ao final desta primeira parte se cantará o hino “Totus tuus”, composto para o 50º aniversário da ordenação sacerdotal de João Paulo II. A segunda parte do evento se centra na celebração dos Mistérios Luminosos do Santo Rosário introduzidos por João Paulo II. Depois do canto “Abram as portas a Cristo”, do novo beato, o Cardeal Vigário Agostino Vallini fará uma síntese da personalidade espiritual e pastoral do Papa. Após esta intervenção os participantes em conexão direta via satélite com cinco santuários marianos em todo o mundo rezarão o terço. Cada um dos Mistérios estará ligado a uma intenção de João Paulo II meditados nas vigílias simultâneas que serão celebradas em distintos santuários ao redor do mundo. No santuário de Lagniewniki, na Cracóvia (Polônia), a intenção será a juventude; no santuário Kawekamo-Bugando (Tanzânia), a família; no santuário de Nossa Senhora do Líbano – Harissa (Líbano), a evangelização; na basílica de Santa Maria de Guadalupe, da Cidade do México, a esperança e a paz das nações e no Santuário de Fátima, a Igreja. Ao final, Bento XVI em conexão desde o Vaticano, rezará a oração final e repartirá a bênção apostólica a todos os participantes. Essa noite permanecerão abertas para a oração as seguintes igrejas de Roma: Santa Agnese in Agone, na Praça Navona; San Marco al Campidoglio; Santa Anastasia; Santíssimo Nuome di Gesú all’Argentina; Santa Maria in Vallicella; San Giovanni dei Fiorentini; San Andrea della Valle; San Bartolomeo all’Isola. Em 1º de maio, domingo da Divina Misericórdia, na Praça de São Pedro às 10:00 a.m., o Papa Bento XVI presidirá a Missa de Beatificação de João Paulo II, que estará precedida por uma hora de preparação na qual se rezará o Terço da Divina Misericórdia, devoção introduzida por Santa Faustina Kowalska, e muito apreciada pelo Papa João Paulo II e terminará com uma invocação à misericórdia no mundo, com o canto “Jezu ufamTobie”, que quer dizer “Jesus confio em vós”. Seguirá a Santa Missa com os textos do domingo da Oitava de Páscoa. Depois da fórmula de beatificação, quando for descoberta a imagem do saudoso pontífice, será cantado em latim o Hino do Beato. Na segunda-feira 2 de maio o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, presidirá às 10:00 a.m. a Missa de Ação de Graças pela Beatificação na Praça de São Pedro. Esta Eucaristia será a primeira celebrada em honra do novo beato. Os textos serão os da Missa do Beato João Paulo II. A celebração será animada pelo Coro da diocese de Roma, com a participação do Coro de Varsóvia e da Orquestra Sinfônica de Wadowice (Polônia). O Pe. Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sede, explicou que na sexta-feira 29 de abril pela tarde se transladará a tumba do beato Papa Inocencio XI -que se encontra na Capela São Sebastião da basílica vaticano-, ao altar da Transfiguração, para deixar seu lugar ao corpo de João Paulo II. Essa mesma manhã, o féretro do Pontífice -que não será aberto- transladar-se-á ante a tumba de São Pedro, nas grutas vaticanas. Na manhã do 1º de maio, será levado ante o altar da Confissão da basílica. Terminada a cerimônia de beatificação, o Papa e os cardeais concelebrantes se dirigirão ao altar da Confissão da basílica e rezarão uns instantes ante o corpo do novo beato. A partir dessa tarde, as pessoas que o desejem poderão venerar os restos de João Paulo II

Palavra rezada e vivida

(Dário Pedroso, s.j.) Quaresma é tempo propício a escutar a Palavra, a saboreá-la, a comê-la, a meditá-la. Tempo favorável. Só a Palavra converte. 1º – Palavra que é Pessoa. Já o soubemos: Jesus é a Palavra do Pai. A Palavra é uma Pessoa. Pessoa que nos diviniza, nos sacia, nos converte, nos alimenta, nos transforma, nos quer identificados com Ela, a Palavra que é o Verbo do Pai. O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. É o Filho de Deus e o Filho da Virgem Maria. Palavra que é Vida divina, que fala em palavras humanas os mistérios do amor. Revela-nos o Pai, o Espírito, fala de Si mesmo. Revela o segredo misterioso da Igreja e dos sacramentos. Revela o Reino e com ele o caminho das bem-aventuranças. Revela no amor pascal a síntese de toda a graça: amor eucarístico de Quinta-feira Santa, amor Crucificado de Sexta-Feira Santa, amor Alegre e Ressuscitado de Domingo de Páscoa. Esta Palavra que é uma Pessoa divina, foi até ao extremo do amor. Fez-Se Pão Vivo para ser nosso alimento. Morre para ser fonte de vida e de graça. 2º – Este é meu Filho escutai-O. É algo super importante ir ao Tabor, ao Monte da Transfiguração, e ouvir o Pai dizer-nos “Este é meu Filho, escutai-O”. O Pai quer que escutemos o Filho, que prestemos atenção à sua voz, aos seus ensinamentos, aos seus mandamentos. Escutar a Palavra, que é o Filho, é dom e graça. Escutar o Filho para entrar na comunhão com o Pai e com o Espírito, para entrar na comunhão trinitária. Escutar o Filho para sermos evangelizados por Ele que é a divina Palavra. O Pai não quer, não deseja outra coisa. Precisamos de nos abrir à Palavra, escutá-la, fazê-la vida da nossa vida. Só no silêncio interior a Palavra pode ser acolhida, mastigada, comida, saboreada, fazer-se vida em nós. Só no deserto se escuta bem a Palavra: deserto de coração para acolher e escutar o Filho bem-amado. 3º – Rezar a Palavra. A palavra é para ser rezada e não só ouvida. Rezada significa “ouvi-la de dentro” como ensina o Concílio Vaticano II. Escutá-la com o coração, saboreá-la internamente. É a arte da meditação do texto para que seja “comido”. O Anjo disse ao Profeta: “Toma o livro e come”. Comer o livro é saborear a Palavra e fazê-la vida em nós. Meditar, ir pensando que tem este texto a ver comigo, que me diz o Espírito através dele? Como vou colocar em prática no quotidiano o que está escrito, as interpelações? Que tem a minha vida de mudar para assumir este texto, este versículo, esta atitude de Jesus (exemplos concretos). 4º – Qualidade do terreno. A parábola do Semeador, em Lucas 8, é bem clara ao afirmar que a semente é a Palavra de Deus, mas que o terreno é o coração do homem. Há várias qualidades de terreno: a) duro, pisado, a semente cai e não germina; b) com rochas, a semente cai e começa a germinar mas não tem terra nem humidade e morre; c) a semente cai entre os espinhos: cuidados, riquezas, prazeres da vida, e os espinhos sufocam-na. Mas há terreno nobre e virtuoso que acolhe a semente e dá muito fruto. Importa saber que terreno é o nosso coração. Que rochas há em nós, que espinhos… importa pedir coração nobre e virtuoso. Só assim acolhemos a Palavra e ela se faz vida em nós. Nossas vidas se vão transformando, cristificando, divinizando. 5º – Evangelizar o nosso interior. O nosso ser está por evangelizar. Há uma evangelização “ad intra”, não basta “ad extra”… A nossa inteligência não pensa sempre e em tudo como Jesus… A Palavra vai evangelizando a inteligência para pensarmos como Jesus pensou… para assumir critérios evangélicos. Mas o nosso coração também não ama como Jesus, não ama sempre e a todos… o coração precisa de ser evangelizado. A nossa vontade não quer sempre o que Deus quer… só a Palavra pode evangelizar a nossa vontade, para querer como Jesus… O mesmo deve suceder à nossa afectividade, a nossa liberdade, a nossa língua e modo de falar, os nossos cinco sentidos, etc. Precisamos de ser evangelizados pela Palavra que nos converte e purifica, que muda a nossa vida e nos faz homens e mulheres evangélicos. 6º – Construção sobre a rocha. Outro tema importante, outro ensinamento de Jesus, é a parábola da casa construída sobre a areia ou sobre a rocha. Quem não ouve a Palavra e não a põe em prática é casa construída sobre areia. Vem uma tempestade, um vendaval, vai a areia e cai a casa. Mas quem ouve a Palavra e a coloca em prática é casa construída sobre a rocha, que resiste às tempestades da vida. A Palavra é o rochedo firme sobre o qual construímos nossa vida. Pode suceder uma doença, a morte de um familiar, pode assaltar-nos uma tentação grave, pode bater-nos à porta uma calúnia ou algo mais difícil, que a casa não cai. Está sobre a rocha firme que é a Palavra de Deus. A vida é vivida de outra forma. Tudo se vive segundo a Palavra que é luz para nossos passos, luz que nos encaminha, luz que nos faz viver de um modo novo para sermos casa construída sobre a rocha. O rochedo é Cristo, é a Palavra do Pai

O Mundo à Nossa Volta

O Mundo à Nossa Volta

Fazer uma pausa para estar com Ele

Cláudia Pereira

Estamos em plena Quaresma. Caminhamos rapidamente para a Semana Santa, a Semana maior para os cristãos, que tem o seu ponto alto na celebração do Tríduo Pascal... culminando com a Vigília Pascal, a Festa das festas.

Fomos convidados, durante estes dias que nos preparam para a Páscoa, a dar particular espaço, nas nossas vidas, no nosso dia-a-dia, ao jejum, à esmola e à oração. Será que o temos feito? Já abdicamos, alguma vez, desde Quarta-Feira de Cinzas, de algo que seria supérfluo? Já demos o valor dessa renúncia para aqueles que mais precisam? Temos feito momentos especiais de oração, para nos aproximarmos mais de Deus?

Estes valores e princípios, se cultivados desde tenra idade, são assumidos como algo natural em cada Quaresma. Assim, porque não convidar os mais novos a renunciar, por exemplo, a um doce ou um brinquedo, fazendo-os ver que o valor que aí seria empregue pode ajudar aqueles que pouco ou nada têm? Aqui, a família e a catequese têm um papel preponderante...

Uma das tónicas dominantes do período quaresmal é a oração. Na sua Mensagem para a Quaresma 2011, o Papa Bento XVI diz que ela nos permite «adquirir uma nova concepção do tempo: de facto, sem a perspectiva da eternidade e da transcendência ele cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro. Ao contrário, na oração encontramos tempo para Deus, para conhecer que “as suas palavras não passarão” (cf. Mc 13, 31), para entrar naquela comunhão íntima com Ele “que ninguém nos poderá tirar” (cf. Jo 16, 22) e que nos abre à esperança que não desilude, à vida eterna».

Intensificar a oração não implica nem significa mostrarmo-nos aos outros, nem dizer-lhes «vou rezar muito porque estamos na Quaresma». Importa aqui lembrar a mensagem deixada por Jesus aos discípulos: «Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te».

Estes momentos favoráveis de oração quaresmal devem servir de «escola» para o dia-a-dia de cada um. Assim, porque não aproveitar este período para intensificar (ou criar!) o hábito de oração em família?

As próprias comunidades paroquiais intensificam, em cada Quaresma, os momentos de oração, realizando, por exemplo, a via-sacra na paróquia ou promovendo iniciativas que convidam à oração, nomeadamente a itinerância da Bíblia pelos diferentes lares.

Nalgumas localidades, este tempo favorável de oração que é a Quaresma fica marcado pelo Lausperene, com a Exposição do Santíssimo em diferentes igrejas. É um convite, não uma obrigação. Um convite a entrar, ajoelhar, adorar, rezar. Um convite a fazer uma pausa para estar com Ele.

Embora com algumas oscilações de afluência, dada a maior ou menor centralidade dos templos, as igrejas registam nestes dias um movimento diferente do habitual.

Não pensemos que esta é uma atitude de «beatas» e «beatos», mais idosos, que terão os dias menos ocupados. São muitas as pessoas, incluindo gente nova, que aceitam este convite a entrar, ajoelhar, adorar, rezar... este convite a fazer uma pausa para estar com Ele.

Que sensação tão boa a de entrar numa igreja e ver que muitos são os que tiveram a coragem de fazer um intervalo no trabalho, de aproveitar uma deslocação de serviço ao exterior ou um período de folga... para rezar, para estar ali, diante d’Ele, a conversar com um Amigo muito especial, sempre pronto a ouvir.

Nestes dias ouve-se as pessoas a dizer «Vou ao Senhor» ou a procurar saber «Onde está o Senhor exposto». Tradição? Talvez. Viver a Quaresma de forma diferente? Certamente. Desejo de rezar mais? Sim. Querer preparar melhor a Páscoa? Sem dúvida. Vontade de estar mais perto de Deus? Com toda a certeza.

Mais do que as palavras proferidas em voz alta, importa entrar, ajoelhar, adorar, rezar... importa fazer uma pausa para estar com Ele. Que esta Quaresma represente, para cada um, uma pequena mudança

Cerrar fileiras na unidade

Creio não haver dúvidas que existem tensões e dissensões entre os cristãos, não vale a pena “taparmos o Sol com uma peneira”, mas vale a pena, por amor a Jesus Cristo Nosso Senhor, sermos humildes, pormos de lado as nossas vaidades e cheios de amor unirmo-nos perante a avalanche de ataques de que a Igreja e o Santo Padre têm sido alvo há já alguns anos, brevemente celebraremos o sexto aniversário da eleição de Bento XVI. Àqueles que por um motivo ou outro não simpatizam com Bento XVI, tenham por favor presente que estamos a falar do Vigário de Jesus Cristo na terra, rogo-lhes que pensem no superior interesse da nossa fé que deverá ser inabalável em Jesus Cristo Nosso Senhor, e da nossa Igreja e não se esqueçam do exemplar comportamento de humildade do Papa e sobretudo, que não se deixem intoxicar pela bem orquestrada comunicação social que diariamente o tenta denegrir. Há tempos, escrevi que por um lado era bom sinal, e reitero a afirmação de então, dizer mal da Igreja, dos seus valores e do Papa, vende, senão não lhe dariam a projecção que dão, mas há sempre o risco, de os menos informados sobre os métodos de deturpação, se deixarem convencer e para estarem de bem com a “maioria” prevalecente, facilmente cedam e se juntem, ainda que inconscientemente, à maledicência. Também é certo, que muitos que nunca pensaram interessar-se por temas da Igreja, despertem na sua curiosidade e se informem e ao analisarem as diferentes fontes, se indignem com a mentira e dela se aproximem. Somos muitos milhões, tenhamos pois a mesma atitude e coragem dos primeiros cristãos, com humildade, com caridade e amor, proclamemos aos “sete ventos” a nossa fé e não nos deixemos intimidar e arrastar pelo comodismo do silêncio. Que nunca nos pese na consciência «Por isso, não se podem desculpar. Pois, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram nem lhe deram graças, como a Deus é devido. Pelo contrário: tornaram-se vazios nos seus pensamentos e obscureceu-se o seu coração insensato. Afirmando-se como sábios, tornaram-se loucos» (Rom 1, 20-22 SpeDeus

sábado, 2 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Mundo à Nossa Volta

O valor divino do humano (Dário Pedroso, s.j.)


O «tempo comum» da liturgia é um apelo a viver o quotidiano com audácia, com compromisso, com intensidade de vida evangélica, com determinação, com coração, com encanto e alegria, dizendo um «não» vivencial à rotina, à inércia, ao deixar correr, à mediocridade, à apatia, ao stress, ao reboliço, à vida em azáfama e sem sentido. O «tempo comum» é uma oportunidade cristã, um dom de Deus, uma oferta da Igreja a vivermos o quotidiano com fulgor de infinito, com semente de divino, com desassombro, com intimidade com Deus a tal ponto que sejamos «contemplativos na acção». Temos, pois, diante de nós, algo que nos pode ajudar a viver o comum dum modo «não comum», o quotidiano com dimensões «divinas».

A liturgia, mãe e mestra da vida, convida-nos a dar a cada momento do dia a sua densidade, o seu valor. Trata-se da determinação de fazer bem todas as coisas (age quod agis), de aceitar o desafio do aforismo: «faz o que deves e está no que fazes». Faz o que deves, ou seja, o que a vontade de Deus quer neste momento, aquilo que o Senhor permite através dum horário, duma circunstância, duma norma, dum dever de estado, dum compromisso assumido, etc. E está plenamente no que fazes, ou seja, fá-lo com garra, com encanto, com a máxima perfeição, com ousadia cristã que busca a perfeição máxima em tudo o que se realiza. E se é feito com perfeição já tem a marca do divino, já está integrado no projecto cristão de salvação, já tem sabor evangélico, já é construtor da novidade de Deus, em tudo e em todos. Na medida em que a vida não é levada com mediocridade, na medida em que sabemos colocar a perfeição no que fazemos, rezamos, sofremos, etc., estamos a construir a santidade da própria vida, mesmo se o que fazemos parece simples e banal. O desejo de perfeição dá-lhe um sabor evangélico, uma tonalidade de divino, uma dimensão de santidade.

Quantas coisas dizemos, fazemos, sofremos, quantas alegrias e sonhos, quantos planos e projectos, quantos momentos de entusiasmo ou de dúvida, quanta luta e quantas vitórias, quantas tentações e momentos de fragilidade repassam o nosso quotidiano. Importa tomar tudo em «nossas mãos», sobretudo em «nosso coração», e oferecer ao Senhor. Ao jeito da gotita de água que no ofertório se deita no vinho e é diluída, assumida pelo vinho, assim a nossa existência, com o desejo de perfeição, com a audácia de sermos santos, se torna redentora e divina unida a Jesus, o único Redentor. Tudo oferecido para fazer de nós próprios «hóstia vivas». Tudo mergulhado em Cristo Jesus para ser oferta permanente digna do amor do Pai. Tudo mergulhado n’Ele, feito com Ele, feito por Ele, para que o nosso quotidiano tenha valor divino, para que o humano se torne redentor.

O humano, depois da Encarnação do Verbo, tem sempre algo de divino. Podemos dizer que depois desse momento eloquente em que a divindade assumiu a nossa natureza, nada mais é profano na nossa vida, tudo tem o selo divino, pois estamos enxertados em Deus, a Trindade habita-nos, somos templos vivos da sua presença. E se tudo tem o selo divino, tudo deve ter a «solenidade» própria d’Aquele que trazemos em nós como tesouro em vasos de barro. Dar solenidade a cada momento, fazer tudo com a máxima perfeição é dar valor divino ao humano, que pode, em certas circunstâncias, parecer-nos pobre, rotineiro, sem riqueza, sem densidade. Mas tem-na, cabe-nos a nós descobri-la e vivê-la. Cada acção, cada trabalho, cada momento, cada segundo é partilha da divindade que está em nós, da graça que possuímos, do Deus que nos invade e que faz tenda no nosso interior.

Dar valor divino ao humano é aceitar o desafio da fé que nos ensina que somos templos da Trindade, que Deus está «escondido» no mais profundo de nós próprios, que quer agir em nós e connosco.

Dar valor divino ao humano é assumir com audácia e consciência cristã que, como baptizados, somos redentores com Cristo Redentor e que, unidos a Ele, nada se perde do tecido da nossa vida quotidiana, da riqueza da nossa acção.

Dar valor divino ao humano é ter os olhos da alma bem abertos para descobrir as centelhas do divino que proliferam em cada pessoa, em cada planta, em cada beleza da natureza que Deus criou por amor.

Dar valor divino ao humano é saber morrer a cada instante àquilo que em nós é «homem velho», que é mistério de pecado e de iniquidade, que é semente de mal, para nos deixarmos revestir de Cristo e viver a sua graça.

Dar valor divino ao humano parte da convicção, nascida da fé, de que o nosso sofrimento, as mil e umas circunstâncias difíceis da vida são um verdadeiro tesouro, se mergulhados em Cristo, se assumidos com audácia evangélica.

Dar valor divino ao humano, colocando a máxima perfeição em tudo o que fazemos, dizemos, rezamos, pois é obra feita para o Senhor, realizada em união com Ele, que merece sempre o melhor, o mais santo, o mais perfeito.

Dar valor divino ao humano, vivendo as nossas alegrias e tempos de lazer, não como fáceis contentamentos, mas como parcelas vivas d’Aquele que é a felicidade suprema, a alegria sem limites, o Senhor vivo e Ressuscitado.

Não desbaratemos a vida, não nos deixemos conduzir pela inércia ou pela rotina, não deixemos que a vida tome conta de nós, que o stress nos invada o quotidiano. Dêmos, com determinação e audácia, a solenidade que cada momento merece. Vivamos unidos Àquele que é a Vida verdadeira e que dá sentido o tudo o que vivemos. Saibamos colocar intensidade interior, fulgor espiritual, tensão evangélica em tudo o que, ao longo do dia, nos é dado viver. Alegres na esperança, vivamos a felicidade que comporta cada momento presente, pois é a única riqueza que possuímos. Coloquemos o passado na misericórdia divina, e o futuro, entreguemo-lo à sua providência. E cada momento não volta, não se repete. Não percamos essa riqueza. Aproveitemos esse tesouro.