sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Sex, 25 – NATAL DO SENHOR – ANO C
Noite: Is 9, 1-6 / Slm 95, 1-3.11-13 / Tito 2, 11-14 / Lc 2, 1-14. Aurora: Is 62, 11-12 / Slm 96, 1.6.11-12 / Tito 3, 4-7 / Lc 2, 15-20. Dia: Is 52, 7-10 / Slm 97, 1-6 / Hebr 1, 1-6 / Jo 1, 1-18 ou 1, 1-5.9-14

O presépio: simplicidade radiosa. Pomos os olhos no presépio, no presépio tradicional. Tudo muito simples: Jesus, Maria, José, os pastores. Os Magos ainda vêm a caminho, iluminados por uma estrela que já cá está. Jesus é o Sol da justiça, a Luz de Deus, Deus em pessoa no meio de nós. Nasce o mundo novo, é o primeiro dia da nova era, o início do ano 1 depois de Cristo. O antes e o depois do Natal em Belém centram-se no Menino que celebramos e que vamos beijar. Com Maria e José, sentimo-nos comovidos com a humildade de Deus que, vindo ao mundo, quis ser um de nós.

Contemplamos, sem palavras, o mistério, meditando-o no coração. Que pensariam, que diriam, que rezariam Maria e José? E os pastores? Os caminhos de Deus! Ficamos estupefactos, calamos, admiramos, dizemos «muito obrigado»! A pobreza, a proximidade, a amizade de Deus! A divindade revela-se, pequenina, aos mais pequenos. Deus quis precisar de Maria, depender da pro-tecção de José, servir-se dos humanos para salvar a humanidade. Tudo é graça! O amor é gratuito. Deus deixa-Se tocar e levar ao colo. Que importantes todos os meus irmãos, um a um, e eu também! O primeiro de muitos irmãos, Jesus quer ser descoberto, festejado, presenteado, em todos e cada um dos viventes. Veio para que tenhamos vida em abundância (Jo 10, 10). Que temos que não tenhamos recebido? (1 Cor 4, 7). A fraternidade manifesta-se, concreta, no saber repartir, partilhar, ir aos outros. Porque, infelizmente, há Natais com presépios em que se respira mais o ambiente de Sexta-Fei-ra Santa do que a harmonia e o júbilo que estamos acostumados a associar a esta data festiva.

Outros presépios, «apesar de tudo». Não ignoramos os palcos de guerra, as zonas de calamidade, as regiões onde grassam a fome, as epidemias, a intolerância, a tortura, a discriminação, o desrespeito pelos direitos humanos. Sabemos da existência de famílias desavindas, de casais separados, de pessoas enlutadas... Ao criar o mundo, Deus «viu que tudo era bom» (Gen 1, 31). Porquê, então, o mal, a doença, as catástrofes, o sofrimento e a morte? São interrogações de todos os tempos, a que não sabemos dar resposta. Uma coisa, porém, é certa: Deus não é indiferente à dor humana. Jesus veio para nos mostrar que Deus sofre connosco. Permite que experimentemos a dor, mas partilha-a com as suas criaturas. Connosco, luta contra ela: Jesus curou doentes, deu voz aos desprezados, arriscou a vida e acabou por ser morto devido à sua opção pelos «pecadores», desprotegidos e marginalizados da sociedade. Quanto ao sofrimento que não conseguimos eliminar, suportou-o Ele também, desde o frio e desconforto do presépio, até à tortura e infâmia da morte na cruz, vítima da maldade dos homens.

Natal é mensagem da incarnação de Deus. Também é mensagem de Deus feito dor. O Natal é convite à amizade com este «Deus amigo dos homens» sempre presente em todas as situações: até mesmo nos campos de concentração. É «Deus connosco» na cidade de Belém do rei David, e na Jerusalém de Herodes e Pilatos, da cruz, do abandono e da morte. Com Ele – nós acreditamos – a vida acaba sempre por triunfar, definitivamente! Cultivemos a Alegria natalícia! Façamos com que ela transborde para os Natais tristes pertinho da nossa porta

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