A ligação entre a Eucaristia e o Sacramento da Ordem começa pela própria associação dos dois na Última Ceia. De facto, na vigília da sua morte, Ele instituiu a Eucaristia e, ao mesmo tempo, fundou o sacerdócio da Nova Aliança. Jesus é sacerdote, vítima e altar: mediador entre Deus Pai e o povo (Heb 5, 5-10), vítima de expiação (1 Jo 2, 2; 4, 10) que se oferece a si mesmo no altar da cruz. As palavras “Isto
é o meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue” só podem ser pronunciadas em nome e na pessoa de Cristo, único sumo sacerdote da nova e eterna Aliança (Heb 8-9). A ligação entre estes dois sacramentos manifesta-se também pelo facto de que o bispo ou presbítero preside à Eucaristia na pessoa de Cristo cabeça, sendo a ordenação sacerdotal indispensável para a celebração válida da Eucaristia.
O sacerdote não é protagonista da acção litúrgica, mas sinal e instrumento dócil nas mãos de Deus. O ministério sacerdotal deve ser entendido como um serviço humilde a Cristo e à sua Igreja:
O sacerdócio é um serviço de amor, serviço do bom pastor que oferece a vida pelas ovelhas (Jo 10, 14-15; cf. S.to Agostinho, In Iohannis Evangelium Tractatus, 123, 5 – cit. em SC 23). A configuração do sacerdote com Cristo dá sentido ao celibato sacerdotal, constituindo este uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo. Assim, o celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade (SC 24).
O Papa refere-se aqui à escassez actual do clero, propondo uma distribuição mais equitativa de todo o clero existente na Igreja, mas também uma pastoral de vocações que empenhe a comunidade cristã, sensibilizando as famílias para educarem os seus filhos numa disponibilidade à vontade de Deus (cf. SC 25). O Santo Padre recorda que, apesar da escassez de clero, é factor de esperança o facto de continuar a haver tantos homens que não hesitam em se dedicar totalmente ao ministério sacerdotal, afirmando a gratidão da Igreja para com todos os ministros ordenados, muitos dos quais tiveram de sofrer até ao sacrifício da vida por servir Cristo (cf. SC 26)
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