quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Luz da Fé: Felizes os que Acreditam



Dário Pedroso, s.j.
A primeira encíclica do Papa Francisco, já iniciada pelo Papa Bento XVI, vem terminar o tríptico das três encíclicas sobre a Caridade, a Esperança e, agora, a Fé, com o título: «Luz da Fé».
«Felizes daqueles que acreditam sem terem visto» é a grande e última bem-aventurança proclamada por Jesus na aparição em domingo de Pascoela, no Cenáculo, com a presença de S. Tomé, o incrédulo (Jo 20, 24-29). Felizes os que acreditam, felizes o que desejam crescer na fé, felizes os que transmitem a fé aos outros, felizes os que traduzem a fé em obras de caridade, felizes os que sofrem com fé, felizes aqueles cuja fé os leva à audácia do martírio, felizes os que vivem os sacramentos com uma fé cada vez mais adulta e mais amadurecida, felizes os que, acreditando, dão ao mundo o testemunho eloquente da sua fé em Jesus Cristo, Salvador e Redentor, felizes os que vivem a fé em Igreja e como a Igreja a transmite.
A «luz da fé» ilumina a inteligência e faz-nos pensar e discernir com os critérios do Evangelho, acertar com a vontade de Deus e desejar vivê-la com encanto. A «luz da fé» ilumina o coração, fá-lo descobrir em cada pessoa o rosto de Jesus e amar cada um com ternura e carinho, servindo-os com alegria. A «luz da fé» dá a graça de viver a verdade e na verdade, não aceitando a mentira, o erro, a falsidade como critério de pensar e de agir. A «luz da fé» concede o dom da justiça que não pactua com a exploração, a fraude, o suborno, a exploração criminosa. A «luz da fé» ajuda a ver com olhar de Deus, olhar límpido que procura só ver o bem e o positivo, a beleza de Deus e do mundo, sem se debruçar no mal, no pecado, no lixo que é sujo e que suja o coração e a vida. A «luz da fé» dá-nos a graça de conhecer Jesus interiormente para melhor O amar e servir, melhor O imitar, impregnando a vida do sabor evangélico.
Sem a «luz da fé», não há paz nem alegria, semeia-se o ódio, a discórdia, a guerra, a fome, a manipulação criminosa. Sem a «luz da fé», o pecado não é visto na sua dimensão de traição ao amor, não se descobrem as suas consequências, não se vêem os seus tentáculos de mal. Sem a «luz da fé» pode surgir uma crendice doentia, uma oração estéril, uma piedade piegas e vazia de sentido, uma vida de sacramentos sem amor e sem compromisso. Sem a «luz da fé», há falta de respeito e de amor à vida e à dignidade humana e mata-se, rouba-se, geram-se conflitos dolorosos.

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