Lisboa, 11 fev 2013 (Ecclesia) - O padre José Cruz, capelão do
Hospital dos Capuchos e das Descobertas, em Lisboa, tem como missão
diária acompanhar e escutar aqueles que “estão na condição de doença”,
mesmo quando colocam em causa a sua fé.
“O capelão ou assistente hospitalar e religioso é aquele que está
para quem precisa. Estas pessoas sentem-se perdidas na cama de um
hospital e deixam de ter o seu ritmo natural, o seu dia a dia, a sua
cama ou até o seu pijama”, afirmou à ECCLESIA, a respeito do Dia Mundial
do Doente que hoje se celebra.
“Estou aqui para o ser o colo que escuta tudo, as lágrimas, a
revolta, muitas vezes a revolta contra Deus, ou as tentativas de
aproximação à fé, onde até me pedem orações”, acrescenta.
O capelão sente que não está só nesta missão, revelando que por vezes
são os próprios médicos, enfermeiros ou auxiliares que o chamam ou
sugerem a sua presença.
“Às vezes nem é o próprio doente e chegam-me papelinhos com a
mensagem que a ‘esposa do doente tal precisa de apoio, está triste,
talvez uma palavra sua, ajude’”, confessa o padre José Cruz.
O sacerdote lembra que muitas pessoas “fazem o seu luto” nos
hospitais e que, nestes espaços, a vida e a morte são uma presença
constante.
“Há poucos dias uma família unia-se à volta de um recém-nascido que,
com a sua simplicidade, encantava todos. Mas a mãe estava à beira de um
grande perigo e a noite foi de sofrimento”, relata, acrescentando que a
mulher mãe recuperou e está já com o seu filho nos braços”, diz com
satisfação o capelão hospitalar.
“Estes são momentos de olhar para o céu, agradecer a vida e as
alegrias que acontecem nos hospitais e que nos fazem acreditar a cada
dia”, confessou.
Para este Dia do Doente, o padre José Cruz pede que todas as pessoas
que sofrem possam “abrir o coração e estar atentos à sua história de
amor”.
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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Igreja: Levar Deus ao Hospital
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