A Igreja Católica assinala no próximo domingo o Dia Mundial das Missões,
uma data em que os cristãos são convidados a apoiar, materialmente e
através da oração, aqueles que levam a mensagem de Jesus a diversas
partes do mundo.
Na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões,
o Papa Bento XVI defende a importância de se reavivar o entusiasmo da
comunicação da fé, fé essa que é dom – o «mais importante que recebemos»
– e mistério. O texto baseia-se numa frase da Carta Apostólica Porta fidei, de Bento XVI: «Chamados a fazer brilhar a Palavra da verdade».
Bento XVI entende que «um dos obstáculos
ao ímpeto da evangelização é a crise de fé, patente não apenas no mundo
ocidental, mas também em grande parte da humanidade, que no entanto tem
fome e sede de Deus e deve ser convidada e guiada para o pão da vida e a
água viva, como a Samaritana que vai ao poço de Jacob e fala com
Cristo».
«O encontro com Cristo como pessoa viva
que sacia a sede do coração só pode levar ao desejo de partilhar com os
outros a alegria desta presença e de a dar a conhecer para que todos a
possam experimentar».
Por isso, entende o Santo Padre, «é
preciso reavivar o entusiasmo da comunicação da fé, para se promover uma
nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição
cristã que estão a perder a referência a Deus e deste modo voltarem a
descobrir a alegria de crer».
Segundo Bento XVI, «a preocupação de
evangelizar não deve jamais ficar à margem da actividade eclesial e da
vida pessoal do cristão, mas há-de caracterizá-la intensamente, cientes
de sermos destinatários e ao mesmo tempo missionários do Evangelho».
A fé em Deus é, de acordo com o Papa, «um
dom e um mistério que se há-de acolher no coração e na vida e pelo qual
se deve agradecer sempre ao Senhor». Mas ela é igualmente «um dom que
nos foi conhecido para ser partilhado; é um talento recebido para que dê
fruto; é uma luz que não deve ficar escondida, mas iluminar toda a
casa. E o dom mais importante que recebemos na nossa vida e que não
podemos guardar para nós mesmos».
Na Mensagem, o Santo Padre
lembra que inclusive nas Igrejas dos territórios de missão, «já se
tornou uma dimensão conatural a missionarismo, apesar de elas mesmas
precisarem ainda de missionários». Sacerdotes, religiosos, religiosas de
várias parte do mundo, leigos e famílias completas «deixam os seus
próprios países, as suas comunidades locais e vão para outras Igrejas
testemunhar e anunciar o nome de Cristo», o que é uma «expressão de
profunda comunhão, partilha e caridade entre as Igrejas».
O texto recorda o papel das Obras
Missionárias Pontifícias, através das quais o anúncio do Evangelho se
torna «também intervenção a favor do próximo, justiça para com os mais
pobres, possibilidade de instrução nas aldeias mais distantes,
assistência médica em lugares remotos, emancipação da miséria,
reabilitação de quem vive marginalizado, apoio ao desenvolvimento dos
povos, superação das divisões étnicas, respeito pela vida em todas as
suas fases»
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