quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Qua, 30 – 6º DIA DA OITAVA DO NATAL
1 Jo 2, 12-17 / Sal 95, 7-8ab.9-10 / Lc 2, 36-40
Aquele que faz a vontade de Deus permanece eternamente. (1ª Leit.)

Aquele que faz a vontade de Deus vai para o Céu, na morte apenas muda de estado. Uma mudança que o faz ver Deus face a face. E a si próprio! Nessa altura, saberemos como amar a Deus e aos outros com todas as nossas forças e inteligência. Saberemos duma maneira segura; como já fizemos a nossa escolha, Deus já nos pode ensinar duma forma plena.

Daí que dediquemos toda a eternidade a amar, porque temos um Deus eterno a ensinar-nos a amar. Não a ensinar-nos escolarmente mas a ensinar-nos com o seu amor, com o convívio com os nossos irmãos, com a nossa prática, com as nossas tentativas e erros que não serão pecados.

No Céu não há pecado, mas um erro não é pecado. A perfeição que teremos no Céu é uma perfeição de virtude, mas ninguém nos diz que não cometeremos erros de aprendizagem. Aprendizagem para amar sempre mais e mais. O leitor está a preparar-se, ou acha que à nossa vida no Céu é indiferente o que fizermos aqui

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE



Ter, 29 – 5º DIA DA OITAVA DO NATAL
1 Jo 2, 3-11 / Sal 95, 1-2ab.3.5b-6 / Lc 2, 22-35
Aquele que diz conhecê-Lo mas não guarda os seus mandamentos é mentiroso. (1ª Leit.)

Guardamos ou não os mandamentos da lei de Deus? Guardamos os clássicos «mandamentos do não». Normalmente, não matamos, não roubamos, não praticamos adultério. Bom, enfim, mais ou menos. Agora, os mandamentos do sim são muito mais difíceis. Se não matar é não matar, o que é que implica amar a Deus com todas as forças, toda a inteligência, todo o coração? Como é que o leitor tem feito isso na sua vida?

Sente-se e escreva. ES CRE VA! E como é que vai melhorar? ES CRE VA! Como é que vai amar a Deus com todo o seu tempo? Escreva as horas e os minutos em que o fez ontem. Em que o vai fazer hoje. ES CRE VA! Escreva como é que tem amado com toda a inteligência. ES CRE VA! Escreva como é que tem amado com todo o coração. ES CRE VA! É mentiroso ou não

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

28 – SANTOS INOCENTES (Festa)
1 Jo 1, 1-5 – 2, 2 / Sal 123, 2-5.7b-8 / Mt 2, 13-18
Herodes vai procurar o Menino para O matar. (Evang.)

Um inocente que é santo é uma grande maçada. Uma maçada tão grande que podemos ter de o matar se quisermos viver em paz. Um santo é sempre uma pessoa incómoda, porque nos atira à cara os nossos pecados.

Um santo inocente é um santo com quem não nos podemos irritar, contra quem não podemos expelir o nosso veneno, porque a pessoa está inocente. Mas também, no caso destes bebés, é alguém indefeso. Alguém que matamos, abafamos com muita facilidade, não deixando, no entanto, de ficar com o seu sangue nas mãos, sob a forma de remorso.

Um santo é uma pessoa que não devia existir, ou melhor, cujas acções não deviam existir. Um santo é uma pessoa que não devia fazer o bem, para não nos incomodar. Uma pessoa que faz o bem, incomoda. Quem dera que não existisse. Assim, já podia ver a telenovela sem remorsos. Leitor, que nome tem a sua telenovela?

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Sex, 25 – NATAL DO SENHOR – ANO C
Noite: Is 9, 1-6 / Slm 95, 1-3.11-13 / Tito 2, 11-14 / Lc 2, 1-14. Aurora: Is 62, 11-12 / Slm 96, 1.6.11-12 / Tito 3, 4-7 / Lc 2, 15-20. Dia: Is 52, 7-10 / Slm 97, 1-6 / Hebr 1, 1-6 / Jo 1, 1-18 ou 1, 1-5.9-14

O presépio: simplicidade radiosa. Pomos os olhos no presépio, no presépio tradicional. Tudo muito simples: Jesus, Maria, José, os pastores. Os Magos ainda vêm a caminho, iluminados por uma estrela que já cá está. Jesus é o Sol da justiça, a Luz de Deus, Deus em pessoa no meio de nós. Nasce o mundo novo, é o primeiro dia da nova era, o início do ano 1 depois de Cristo. O antes e o depois do Natal em Belém centram-se no Menino que celebramos e que vamos beijar. Com Maria e José, sentimo-nos comovidos com a humildade de Deus que, vindo ao mundo, quis ser um de nós.

Contemplamos, sem palavras, o mistério, meditando-o no coração. Que pensariam, que diriam, que rezariam Maria e José? E os pastores? Os caminhos de Deus! Ficamos estupefactos, calamos, admiramos, dizemos «muito obrigado»! A pobreza, a proximidade, a amizade de Deus! A divindade revela-se, pequenina, aos mais pequenos. Deus quis precisar de Maria, depender da pro-tecção de José, servir-se dos humanos para salvar a humanidade. Tudo é graça! O amor é gratuito. Deus deixa-Se tocar e levar ao colo. Que importantes todos os meus irmãos, um a um, e eu também! O primeiro de muitos irmãos, Jesus quer ser descoberto, festejado, presenteado, em todos e cada um dos viventes. Veio para que tenhamos vida em abundância (Jo 10, 10). Que temos que não tenhamos recebido? (1 Cor 4, 7). A fraternidade manifesta-se, concreta, no saber repartir, partilhar, ir aos outros. Porque, infelizmente, há Natais com presépios em que se respira mais o ambiente de Sexta-Fei-ra Santa do que a harmonia e o júbilo que estamos acostumados a associar a esta data festiva.

Outros presépios, «apesar de tudo». Não ignoramos os palcos de guerra, as zonas de calamidade, as regiões onde grassam a fome, as epidemias, a intolerância, a tortura, a discriminação, o desrespeito pelos direitos humanos. Sabemos da existência de famílias desavindas, de casais separados, de pessoas enlutadas... Ao criar o mundo, Deus «viu que tudo era bom» (Gen 1, 31). Porquê, então, o mal, a doença, as catástrofes, o sofrimento e a morte? São interrogações de todos os tempos, a que não sabemos dar resposta. Uma coisa, porém, é certa: Deus não é indiferente à dor humana. Jesus veio para nos mostrar que Deus sofre connosco. Permite que experimentemos a dor, mas partilha-a com as suas criaturas. Connosco, luta contra ela: Jesus curou doentes, deu voz aos desprezados, arriscou a vida e acabou por ser morto devido à sua opção pelos «pecadores», desprotegidos e marginalizados da sociedade. Quanto ao sofrimento que não conseguimos eliminar, suportou-o Ele também, desde o frio e desconforto do presépio, até à tortura e infâmia da morte na cruz, vítima da maldade dos homens.

Natal é mensagem da incarnação de Deus. Também é mensagem de Deus feito dor. O Natal é convite à amizade com este «Deus amigo dos homens» sempre presente em todas as situações: até mesmo nos campos de concentração. É «Deus connosco» na cidade de Belém do rei David, e na Jerusalém de Herodes e Pilatos, da cruz, do abandono e da morte. Com Ele – nós acreditamos – a vida acaba sempre por triunfar, definitivamente! Cultivemos a Alegria natalícia! Façamos com que ela transborde para os Natais tristes pertinho da nossa porta

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Que a ternura de Jesus ajude todas as familias,
E a proteção de Maria nos proteja de todos os perigos, neste ano 2010
O APOSTOLADO DE ORAÇÃO DESEJA UM
SANTO E FELIZ NATAL

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE
Qua, 16 – SEMANA III DO ADVENTO
Is 45, 6b-8.18.21b-25 / Sal 84, 9ab-14 / Lc 7, 19-23
Feliz daquele que não encontrar em Mim ocasião de queda. (Evang.)

Se Jesus tivesse dito «Feliz daquele que não encontrar em si próprio ocasião de queda», seria talvez mais perceptível. Agora, como é que podemos encontrar em Cristo ocasião de queda? Não estando abertos à sua pessoa? Fechando-se a Ele? Pelo chamado pecado contra o Espírito Santo? O pecado contra o Espírito Santo é o pecado de quem não se quer abrir. O pecado do rico; rico de desespero ou rico de soberba.

Rico de desespero é, por exemplo, Judas. Achou que o seu pecado era tão terrível que não teria perdão. Desesperado, enforcou-se porque o seu coração estava fechado à graça de Deus. (No fundo, Judas achava que Deus era impotente para o perdoar, que Deus era mais pequeno que ele.)

O rico de soberba acha que não precisa de Deus. Está tão bem na vida que Deus não lhe faz falta. Deus também não consegue penetrar nesta pessoa porque ela não Lhe dá espaço, porque ela não tem espaço para Ele. Claro que o leitor tem espaço. Mas tem-no, de facto? Efectivamente, isto é, de modo eficaz? De modo que Cristo consiga fazê-lo progredir?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE
3, 1-2.9-13 / Sal 33, 2-3.6-7.17-19.23 / Mt 21, 28-32
Eu darei aos povos lábios puros. (1ª Leit.)

É Deus que nos dará lábios puros. Esta frase de Sofonias pode descansar-nos muito. O que seria de nós se tivéssemos que arranjar lábios puros por nós próprios? O que Deus quer é que estejamos abertos a Ele, que façamos a nossa parte, que nos deixemos trabalhar por Ele. Foi Deus que nos amou. Deus é mais que nós, é Ele que está interessado em que sejamos felizes, que está interessado em que tenhamos a vida e a vida em abundância, é Deus que nos molda.

Então, o nosso papel é passivo? Não. Mas a responsabilidade é só de Deus? Também não. Mas a acção principal, o interesse principal é de Deus. Como é que isso se dá? Bom, isso é uma questão de o leitor ir vendo na sua vida. Mas esteja certo que não é o leitor que purifica os seus próprios lábios com o seu próprio esforço

sábado, 12 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Sáb, 12 – SEMANA II DO ADVENTO
Sir 48, 1-4.9-11 / Sal 79, 2ac.3b.15-16.18-19 / Mt 17, 10-13

Quem se pode gloriar de ser como tu? (1ª Leit.)

Quem não gostaria de ser admirado, ter prestígio? Porque achamos que isso nos faz festas à alma. E de facto faz. Mas, tal como as festas, passa. Tal como as festas, não é expressão de um sentimento mais fundo, é pior a emenda que o soneto, quer dizer, depois das festas feitas ficamos com um vazio. Porque o prestígio que nos vem de fora, se não encontra um prestígio interior em que se enxerte, volta a sair de dentro de nós, porque não se sente bem cá dentro.

O que temos cá dentro é que é essencial. Isso é o que podemos construir, é o que depende de nós. Olhemos para Jesus e para o prestígio passageiro que teve. O seu prestígio foi das alturas de cumes de montanha até ao suplício dos criminosos. Mas era a sua consciência de Filho do Pai, era a sua vida interior que O enchia. O resto vinha e ia. (Sobretudo ia...) Leitor, o é que tem no seu interior

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Sex, 11 – SEMANA II DO ADVENTO
S. DÂMASO (Memória facultativa)
Is 48, 17-19 / Sal 1, 1-4.6 / Mt 11, 16-19
Eu ensino-te o que é para teu bem. (1ª Leit.)

Às vezes, achamos que este ensinar é uma espécie de condução em que Deus agarra no carro em que estamos e pega nele como nós pegávamos nos carros com que brincávamos e os levávamos para onde queríamos, sem eles terem vontade própria. Mas Deus diz-nos que nos ensina.

Ensinar implica uma relação entre duas vontades, implica a assimilação do ensinado. Nós temos, pois, que aprender o que é bom para nós. Aprender a vê-lo, a percebê-lo, a cumpri-lo, a saber cumpri-lo, como cumpri-lo. Saber vê-lo, saber querê-lo, saber pô-lo em prática. Ver – desejar – realizar. E a nossa paz será profunda porque estaremos em contacto com o mais profundo de nós mesmos

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Qui, 10 – SEMANA II DO ADVENTO
Is 41, 13-20 / Sal 144, 1.9.10-13ab / Mt 11, 11-15
Não temas. Eu venho em teu auxílio. (1ª Leit.)

Será que o temor anula o auxílio? Será que Deus não «consegue» actuar no meio da falta de fé? Parece ser isso o que se passava com Jesus. A fé movia-O a ajudar as pessoas e a falta de fé demovia-O. E se o temor é precisamente que Deus não venha em meu auxílio? Que Deus me faça sofrer o que eu não quero sofrer? Que Deus não me tire do beco sem saída em que estou?

Há uma coisa que sabemos: Deus quer o nosso bem. Agora, o nosso bem pode não ser o que nós consideramos o nosso bem. Muitas vezes, isso é um problema. Um grande problema. E quando achamos que deitámos fora a ajuda que Deus nos deu? E quando achamos que o nosso pecado destruiu o que Deus nos deu?

Talvez seja bom pensar que Deus não só veio para a ovelha perdida como para a que se achava perdida. E que mandou perdoar 70 x 7. E que, provavelmente, Ele não mandava fazer o que não faz

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Qua, 9 – SEMANA II DO ADVENTO
Is 40, 25-31 / Sal 102, 1-4.8.10 / Mt 11, 25-30
Correm sem se fatigarem. (1ª Leit.)

Os que esperam no Senhor correm sem se cansarem. (Eu não devo esperar nada no Senhor porque canso-me imenso a fazer estas homilias, fico enervado e com dores de cabeça.) Fora este pequeno pormenor, tentemos traduzir esta expressão. Ou é uma expressão apocalíptica, de quem já está no fim dos tempos, ou tem um significado espiritual.

Neste sentido, esperar no Senhor significa amar, uma vez que Deus é amor, que Deus é o amor. Ora, sendo o amor infinito, o amor nunca se esgota. O amor que cansa não é amor. Amar pode cansar o corpo, a sensibilidade, o sistema nervoso, que enquanto nos faz sentir o prazer também nos faz sentir o cansaço. Mas o amor em si aumenta sempre e, apesar do cansaço, está lá.

Naturalmente, tem que ser alimentado, cuidado acarinhado; o amor tem que ser amado. (Deus tem que ser amado: amando o amor, amaremos sem nos cansarmos, isto é, sem desistirmos.)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Ter, 8 – IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA – ANO C
Gen 3, 9-15.20 / Slm 97, 1-4 / Ef 1, 3-6.11-12 / Lc 1, 26-38

Novo Adão e nova Eva. Nossa Senhora manifestou-se, nas aparições de Lourdes (1858), como a «Imaculada Conceição». Pio IX proclamou o dogma da «cheia de graça desde a sua concepção» em 8.12.1854. D. João IV declarara, muito antes (25.3.1646), «tomar por padroeira de nossos Reinos e Senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição…, confessar e defender… que a Virgem Senhora Mãe de Deus foi concebida sem pecado original». É, pois, desde então, padroeira de Portugal. O paraíso perdido (1ª Leitura) é reconstituído sobre o alicerce inabalável da «toda bela», mãe do «amor perfeito».

Compreendemos que tivesse de ser «sem mancha» a mulher que – sendo «escrava do Senhor» – estava destinada a tornar-se Senhora, Rainha do Céu e da terra. Mãe de Jesus, por Ele dada a nós por Mãe, é «causa da nossa alegria», «honra do nosso povo», «mãe de misericórdia», «advogada nossa». Invocamos a sua intercessão «neste vale de lágrimas», e rejubilamos por Maria ter sido «concebida sem pecado». Nasceu de seus pais como todas as crianças, e ser ilibada da culpa original é fruto antecipado da graça advinda da morte redentora de Jesus Cristo. É «bendita entre as mulheres», porque foi objecto de uma predilecção especial de Deus, tendo em vista a sua missão maternal e co-redentora, ao lado do Filho. Ter uma Mãe assim, é fonte de esperança e de felicidade para os «degredados filhos de Eva», que voltam a aspirar à bem-aventurança paradisíaca, em que Maria é modelo de santidade. Damos graças a Deus pelas maravilhas divinas nela operadas e pelos benefícios que, por ela, sobre nós são derramados.

Nova humanidade. Deus quer-nos presentear com a sua amizade e proximidade. Perante Deus, todos os homens são pobres e nus, mas Ele não desiste, apesar do pecado, de nos reconduzir ao «jardim» da alegria. Jesus virá, veio, para nos doar um futuro novo, cuja base divino-humana é Maria, na humildade de quem sabe que, sendo criatura, tudo recebeu de graça. Pedimos à «Medianeira de todas as graças» que rogue «por nós, pecadores».

Também fomos escolhidos «antes da criação do mundo» (2ª Leitura) para vivermos em santidade e sem mancha, porque fomos predestinados para sermos filhos, por meio de Jesus Cristo, tendo Maria por Mãe. Ela é para nós modelo de fé, «porque acreditou» (Lc 1, 45), de humildade agradecida, de disponibilidade incondicional para confiar, até à cruz, que só Deus é grande e ama o mundo, porque é Amor e o seu é um amor para sempre

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Seg, 7 – SEMANA II DO ADVENTO
SANTO AMBRÓSIO (Memória)
Is 35, 1-10 / Sal 84, 9ab-14 / Lc 5, 17-26
... deixando-o no meio da assistência, diante de Jesus. (Evang.)

Pelo que nos diz esta descrição do acontecimento, as pessoas que puseram o paralítico ao pé de Jesus limitaram-se a isso mesmo, puseram-no ao pé de Jesus e não fizeram mais nada. (Até porque teriam ficado em cima do telhado por onde desceram o catre.) Outras pessoas ter-se-iam posto aos berros, lá de cima, tipo «oh Senhor, olha esse aí, cura-o, oh Mestre, cura esse aí...». E assim por diante, até Ele curar o doente.

Ora, a impressão com que fico do texto é que eles deixaram o enfermo ao pé de Jesus e ficaram a ver o que é que acontecia. É esta a nossa missão para com os nossos irmãos. Levá-los a Jesus mas depois não querer mandar na relação de Jesus com eles e vice-versa, o que pode ser mais comum do que parece à primeira vista.

Pais, padres, directores espirituais, catequistas, amigos, etc., quantas pessoas não terão ideias bem formadas acerca do que Deus quer para determinada pessoa? Quantas pessoas não teriam a certeza de que o que Jesus deveria fazer era curar o paralítico? Ou que o que O PARALÍTICO DEVIA FAZER ERA PEDIR PARA SER CURADO? E alguém deixou Deus manifestar-Se?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Sex, 4 – SEMANA I DO ADVENTO
S. JOÃO DAMASCENO (Memória facultativa) / 1ª SEXTA-FEIRA
Is 29, 17-24 / Sal 26, 1.4.13-14 / Mt 9, 27-31
O escarnecedor desaparecerá. (1ª Leit.)

Não é este o nosso sonho, que ninguém se ria de nós, que não soframos humilhações? E, no entanto, a maneira como reagimos à humilhação pode ser um bom aferidor da nossa relação com Deus. Este texto de Isaías vem ao encontro do que acabamos de dizer ser o ideal: o desaparecimento de quem goza connosco. Mas o fim da humilhação também se poderá dar porque «os espíritos desnorteados aprenderão a sabedoria». Ao aprenderem a sabedoria, eles deixarão, em certa medida, de se importar com as humilhações.

Uma pessoa segura de si reage à chacota de maneira diferente de uma pessoa insegura. Uma pessoa a defender uma causa reage à chacota de maneira diferente de quem é atacado «nem sabe muito bem porquê». («Mas porque é que me fazem isto?»)

Não diz Jesus que felizes serão os perseguidos por amor da justiça? É que ser perseguido por amor da justiça é muito diferente de ser perseguido pela justiça. Uma coisa é ser perseguido POR CAUSA do nosso Deus. Outra, PELO nosso Deus. O nosso Deus transforma a humilhação de dor que causa dor em dor que causa alegria