MEDITAÇÃO PARA HOJE

Seg, 30 – SEMANA I DO TEMPO DO ADVENTO
SANTO ANDRÉ (Festa)
Rom 10, 9-18 / Sal 18A, 2-5 / Mt 4, 18-22
E se acreditares em teu coração. (1ª Leit.)

Dizer sem acreditar não serve de nada. E acreditar sem dizer serve de alguma coisa? (S. Paulo começa: «Se confessares que...»). Muitas vezes, não dizemos porque nos parece óbvio, mas não é.

Muitas vezes dizemos a toda a gente que achamos que X é muito talentoso menos ao próprio. (Temos essa grande qualidade de dizer bem por trás!) E também é bom que acreditemos no que dizemos. Ou então não proclamemos a nossa fé

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Ter, 24 – SEMANA XXXIV DO TEMPO COMUM
SANTOS ANDRÉ DUNG-LAC E COMPANHEIROS MÁRTIRES (Memória)
Dan 2, 31-45 / Dan 3, 57-61 / Lc 21, 5-11
Obras do Senhor, bendizei o Senhor. (Sal.)

O salmo de hoje é um hino de louvor a Deus criador. É sempre bom termos em perspectiva que foi Deus que criou a natureza, que ela Lhe pertence e está ao serviço de todos nós, sem ser propriedade de nenhum de nós. Mas, na nossa liberdade, podemos apropriar-nos da natureza conforme os nossos interesses próprios. Podemos fazer com que outros não tenham acesso ao que nós queremos. Basta desperdiçar natureza.

Podemos fazer com que a natureza tenha mais valor que a vida humana. Se tivéssemos para o feto o cuidado que a lei exige que se tenha com os animais sujeitos a experiências de laboratório, não haveria a maioria dos abortos. (Graças a Deus que os animais de laboratório não estão na barriga de nenhuma senhora, senão não teriam protecção. Provavelmente, deixariam de ser animais para passarem a ser «as coisas»).

MEDITAÇÃO PARA HOJE
21 – SEMANA XXXIII DO TEMPO COMUM
APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA (Memória)
1 Mac 6, 1-13 / Sal 9A, 2-4.6.16.19 / Lc 20, 27-40
Para Ele todos estão vivos. (Evang.)

Para Deus, todas as pessoas estão vivas, para nós é que é mais complicado. A morte de alguém que amamos deixa-nos dilacerados, e não me parece que, nessa circunstância, esta frase de Jesus seja de grande consolação. Mas sem ser nessa circunstância trágica, é.

É um dos pilares da nossa fé: a ressurreição dos mortos. A ressurreição de toda a gente. E esta doutrina deve ser espalhada com clareza. Muitos católicos duvidam dela ou juntam-na à reencarnação. Sobre a ressurreição, devemos ter ideias claras e distintas. Se tem dúvidas, pergunte a um sacerdote. Olhe que é um dever seu.

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Sex, 20 – SEMANA XXXIII DO TEMPO COMUM
1 Mac 4, 36-37.52-59 / 1 Cr 29, 10-11d.12d-13 / Lc 19, 45-48
E deu graças ao Céu por lhes ter dado tão feliz sucesso. (1ª Leit.)

Foi instituído um ritual sagrado para agradecer e celebrar um sucesso. O ritual ir-se-á mantendo mas corre o risco de não ser acompanhado pela mesma alegria, à medida que as diferentes gerações vão passando.

Que comparação terá a nossa alegria pela ressurreição de Jesus com a de Maria Madalena ou os discípulos? Será que lá podemos chegar? Não sei nem sei se interessa muito. Mas o que interessa é que a celebração da ressurreição de Cristo, a «missa», não tem sentido enquanto não sentirmos por dentro a alegria de Jesus estar vivo. (Até lá, a alegria da missa, será o coro, o padre, a igreja, as pessoas que vão ou a distância de nossa casa.)

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Qui, 19 – SEMANA XXXIII DO TEMPO COMUM
1 Mac 2, 15-29 / Sal 49, 1-2.5-6.14-15 / Lc 19, 41-44
Esmagar-te-ão... por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada [pela paz]. (Evang.)

Jesus refere-se com muita tristeza à destruição de Jerusalém, que se deu por causa da intolerância romana para com as permanentes quezílias entre as diferentes facções judaicas e os constantes focos de rebelião. Os romanos respeitavam – tanto quanto – a religião, a política e os costumes locais desde que isso não interferisse com os propósitos de Roma. Mas a insubordinação judaica ia contra a paz romana e por isso destruíram Jerusalém.

Se tivessem acolhido a paz de Cristo talvez Jerusalém não tivesse sido destruída. Mas para isso muitos interesses teriam sido destruídos pela doutrina de Cristo. Quando o meu interesse é o meu interesse e não o do barco em si, é mais fácil ver o barco afundar-se do que abrir mão do meu interesse. Isto não lhe faz lembrar nada

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Qua, 18 – SEMANA XXXIII DO TEMPO COMUM
DEDICAÇÃO DAS BASÍLICAS DE S. PEDRO E S. PAULO (Memória facultativa)
Act 28, 11-16.30-31 / Sal 97, 1-6 / Mt 14, 22-33 (Santoral)
Tu és verdadeiramente o Filho de Deus. (Evang.)

Os discípulos acreditaram por causa do que Jesus tinha acabado de fazer. Hoje em dia, muita gente diz que não acredita por causa do que Jesus não faz; não salva os inocentes, não pára os cataclismos, não evita as injustiças, não torna este mundo bom à força. O problema destas atitudes é que ambas se baseiam nas obras de Jesus. Quando deixa de haver obras, deixa de haver fé.

Os discípulos só acreditaram realmente pela acção do Espírito Santo; quando este converteu os seus corações. A conversão vem de dentro de nós e precisa de pessoas abertas a ela. Se estivermos numa atitude tipo «Deus faz com que te ame», ele não faz. Ele não consegue obrigar-nos. Apesar de tudo o que dizem, não consegue ser paternalista.

MEDITAÇÃO PARA HOJE
Ter, 17 – SEMANA XXXIII DO TEMPO COMUM
2 Mac 6, 18-31 / Sal 3, 2-7 / Lc 19, 1-10
O Filho do homem veio procurar o que estava perdido (Evang.).

Nós também procuramos o que está perdido. Mas para o salvar? Já tenho falado nisto algumas vezes, mas repito o tema conscientemente. Quem é que, numa discussão sobre uma figura pública, indiciada por crimes, a quem os tribunais dão a presunção de inocência até prova em contrário, presume essa pessoa inocente? Quem, numa discussão familiar ou entre amigos, tem a coragem de a defender?

Quando Jesus estava a ser julgado, Pedro também não conhecia Jesus de lado nenhum. Mas Pedro arriscava-se a ser crucificado. Nós arriscamo-nos a que os nossos amigos achem que somos parvos. E, afinal, a tal figura pública não é Jesus

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Seg, 16 – SEMANA XXXIII DO TEMPO COMUM
SANTA MARGARIDA DA ESCÓCIA (Memória facultativa)
1 Mac 1, 10-15.41-43.54-57.62-64 / Sal 118, 53.61.134.150.155.158 / Lc 18, 35-43
Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus. (Evang.)

Este é o tipo de milagre que todos nós devíamos fazer. Ao verem as maravilhas que fazemos, e é bom que as pessoas nos vejam a fazer maravilhas – o que é diferente de fenómenos – as pessoas dêem glória a Deus. Também nós devemos saber distinguir entre a pessoa que nos fala – no sentido mais amplo do termo «fala» – de Deus e o próprio Deus. Parece fácil mas pode não ser.

Se a nossa noção de Deus fica presa ao padre tal ou à igreja «x», talvez tenhamos que fazer um esforço para ver para além do que está imediatamente à frente do nosso nariz. Se quando não temos o padre tal pela frente, não vamos à missa, podemos pensar com seriedade o que é que vamos fazer à missa do «padre tal

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Sex, 13 – SEMANA XXXII DO TEMPO COMUM
Sab 13, 1-9 / Sal 18A, 2-5 / Lc 17, 26-37
Nesse dia, quem estiver no terraço... não desça. (Evang.)

O momento da nossa ressurreição vai apanhar-nos com o que estivermos a fazer na altura. Mas este «apanhar-nos» não é um momento traiçoeiro, é o grande encontro com o Pai. Só será traiçoeiro se não nos tivermos habituado a ele.

Se a nossa vida já for um crescendo, uma busca da melhor maneira de vivermos o primeiro e segundo mandamentos, então a nossa ressurreição será um bom momento. Maria, nossa Mãe, entregar-nos-á ao Pai, tal como fez com o Filho que lhe foi dado pelo Pai. Este mesmo Filho que a tornou mãe de todos nós

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Ter, 10 – SEMANA XXXII DO TEMPO COMUM
S. LEÃO MAGNO (Memória)
Sab 2, 23 – 3, 9 / Sal 33, 2-3.16-19.14-15 / Lc 17, 7-10
Somos inúteis; fizemos o que devíamos fazer. (Evang.)

Esta frase de Jesus pode deixar-nos um bocado perplexos, porque parece que se um cristão fizesse o que tinha que fazer, já não estaria mal de todo. Nada mal, mesmo. No entanto, pelo texto vemos que Jesus se refere a um dever minimalista.

O cristão que faz o mínimo é um cristão inútil. A nossa utilidade começa na nossa espontaneidade. Porque o amor deixa um imenso campo aberto a todas as nossas capacidades. Assim queiramos. Proponho ao leitor esta experiência: hoje, ou amanhã, das tantas às tantas, vou amar o máximo. Em que é que isso se traduziria na sua vida?

MEDITAÇÃO PARA HOJE
Seg, 9 – SEMANA XXXII DO TEMPO COMUM
DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO (Festa)
Ez 47, 1-2.8-9.12 / Sal 45, 2-3.5-6.8-9 / 1 Cor 3, 9c-11.16-17 / Jo 2, 13-22
Devora-me o zelo pela tua casa. (Evang.)

Jesus referia-Se ao templo de Jerusalém. Mas consideremos, como nos diz S. Paulo na 2ª Leitura de hoje, que o nosso corpo [também] é templo de Deus. Será que nos devora o «zelo pela tua casa»? Será que o leitor é devorado de zelo pelo seu corpo? Zelo, naturalmente, que não é idolatrar; é zelar.

Zelar para que o seu corpo seja digno de Deus. O que é isso? É zelar para que o seu corpo esteja nas melhores condições possíveis para amar, dentro daquilo que está nas mãos do leitor. Como estão as suas análises, o seu peso [espero que o leitor não me conheça], o seu exercício físico, etc., como é que está a sua coluna? Vai ao dentista

MEDITAÇÃO PARA HOJE

Qua, 4 – SEMANA XXXI DO TEMPO COMUM
S. CARLOS BORROMEU (Memória)
Rom 13, 8-10 / Sal 111, 1-2.4-5.8a.9 / Lc 14, 25-33
Quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens... (Evang.)

Levar esta frase à letra põe vários problemas. Por um lado, não consta que os discípulos tivessem feito isso. Aliás, algumas mulheres ajudavam os discípulos economicamente, com os seus bens. Por outro lado, se toda a gente renunciasse aos bens, renunciava-se em favor de quem? De todos? Isso foi o que Deus quis.

Segundo Deus, o universo é de todos. Segundo os homens... Mesmo que isto fosse possível, ainda teríamos vários bens a que renunciar. Aqueles que se interpõem entre nós e Deus. Às vezes, são os bens do vizinho que nos roem o coração. Ou o Ferrari, ou o doutoramento, a popularidade ou mesmo a... bondade

MEDITAÇÃO PARA HOJE
Ter, 3 – SEMANA XXXI DO TEMPO COMUM
S. MARTINHO DE PORRES (Memória facultativa)
Rom 12, 5-16a / Sal 130, 1.2ab.3 / Lc 14, 15-24
Comprei... bois... e vou experimentá-los. (Evang.)

A história deste banquete conta, duma maneira original, o que poderia ser a nossa história com Deus ou sem Ele. Deus convida-nos para o seu banquete. Se temos «mais que fazer», se temos a vida preenchida com outras coisas, ainda que indubitavelmente boas e virtuosas (ver um campo, ter-se casado), não vamos ao banquete. E nunca saberemos o que perdemos. (Eu vos garanto que nenhum daqueles... «provará do meu banquete»).

Mas se a vida não nos foi tão «simpática», estamos mais dispostos – PRE-dispostos – a dedicar tempo a Deus. Se, por alguma razão, nos sentimos ou somos mesmo, coxos, pobres, doentes, isto é, se PRECISAMOS. E, a certa altura, até Deus nos obriga a estarmos com Ele («... e obriga toda a gente»). Onde é que o leitor se revê?

MEDITAÇÃO PARA HOJE
Seg, 2 – COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS
I – Job 19, 1.23-27a / Slm 26, 1.4.7-9a.13-14 / 2 Cor 4, 14 – 5, 1 / Mt 11, 25-30
II – 2 Mac 12, 43-46 / Slm 102, 8.10.13-18 / 2 Cor 5, 1.6-10 / Jo 11, 21-27
III – Is 25, 6a.7-9 / Slm 22, 1-6 / 1 Tes 4, 13-18 / Jo 6, 51-58
Aquele que Me come viverá por Mim. (Evang.)

A interpretação desta frase é, naturalmente, aquele que Me come viverá em Mim, viverá segundo os meus valores. Mas também podemos interpretar o «por» como uma substituição. Quem Me come viverá em vez de Mim.

Com efeito, ao comermos Jesus devemos ficar cada vez mais aptos a viver em vez d’Ele nesta terra. Em vez d’Ele, isto é, segundo os seus critérios, tal como poderíamos fazer em vez de alguém que conhecêssemos muito bem. Com a diferença de que com Jesus estamos em permanente contacto